Brasil só paga dívida com educação se investir 6% do PIB, diz ministro

Brasília (ABr) – O Brasil só irá reduzir sua dívida em educação se investir pelo menos 6% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país) nessa área, defendeu o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, atualmente os investimentos em educação estão em torno de 4% do PIB.

Haddad participou ontem de audiência pública na Comissão de Educação do Senado. O ministro falou aos senadores sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Ele destacou que o objetivo do Fundeb é ?corrigir as desigualdades regionais? com relação aos repasses de verba da União aos municípios. Mas disse que o fundo ?não deve ser a única ação para dar conta do desafio educacional?.

Ao responder o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação, Haddad disse que não tem esperança ?de que o Fundeb, ele próprio, resolverá os problemas da educação nacional, independentemente da complementação da União?. Segundo ele, são necessárias outras ações ?fora? do Fundeb.

Cristovam defendeu que os recursos do Fundeb fossem destinados também à formação dos professores. Haddad disse que o MEC já está executando um programa de capacitação de professores que foi inaugurado, inclusive, quando o senador Cristovam era ministro. ?Estamos hoje, neste momento, capacitando 100 mil professores?, afirmou.

Com o Fundeb, afirmou Haddad, alguns municípios, principalmente do nordeste do País, irão dobrar os recursos para educação. Segundo ele, atualmente apenas 20% dos municípios brasileiros têm planos municipais de educação, exigidos por lei.

O Fundeb foi preparado para atingir toda a educação básica, das creches ao ensino médio, e vai substituir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), criado em 1996. O novo fundo também pretende ampliar o número de vagas na pré-escola, ensino médio e na educação de jovens e adultos, além de desenvolver a infra-estrutura das escolas com investimento direto de R$ 4,5 bilhões em quatro anos.

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