Brasil em alerta contra gripe aviária

A doença que colocou o mundo em alerta neste início de ano também preocupa os brasileiros. Até o momento, não foi registrado nenhum caso de gripe aviária no Brasil, seja em aves, seja em humanos. Mas várias ações estão em curso para evitar que a doença chegue e até mesmo deixe vítimas no País. De acordo com o Ministério da Saúde, 66 unidades de saúde em 20 estados e no Distrito Federal já estão preparadas para receber possíveis pacientes infectados pelo vírus H5N1. A lista dos centros está no site do ministério (www.saude.gov.br/influenza/principal-gripe.htm).

Caso haja suspeita de contaminação, nesses locais, os pacientes devem ser tratados e mantidos em isolamento. Novos centros devem ser criados ainda este semestre no Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Acre, Amapá e Rondônia. O Ministério da Saúde conta com um estoque estratégico de nove milhões de kits para tratamento da gripe aviária com o antiviral Oseltamivir (Tamiflu). Para a fabricação da vacina, foram repassados R$ 3,1 milhões ao Instituto Butantã.

Na área preventiva, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem feito campanha informativa sobre a gripe aviária nos aeroportos internacionais do país, especialmente nos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Os passageiros são orientados a evitar contato com aves vivas e a ingerir alimentos malcozidos, principalmente nos países onde o vírus H5N1 já foi diagnosticado.

O Ministério da Agricultura, por sua vez, anunciou na semana passada que o Brasil deixará de importar aves e todos os seus derivados dos países que forem apontados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como afetados pela ocorrência da influenza aviária. Está proibida a entrada no País de carne de frango in natura, aves adultas vivas, penas e outros produtos sem tratamento procedentes da Índia e do Iraque, uma vez que esses dois países comunicaram à OIE a ocorrência da gripe aviária.

Inverno é a estação crítica

Brasília (ABr) – O Plano Brasileiro de Contenção da Gripe Aviária deverá ser colocado plenamente em prática depois do Carnaval para evitar que a doença chegue ao País. A recomendação é do professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo de Melo Martins. ?O momento é de tranqüilidade. Se (a gripe aviária) chegar, deve ser no inverno, nos meses de julho e agosto. Por isso, as ações logo depois do Carnaval são tão importantes?, disse o professor.

Ricardo Martins, que participou da elaboração do plano como especialista convidado, diz ser necessário intensificar a divulgação de informações para a população e para a imprensa. ?A distribuição de folhetos para os visitantes e a instalação de barreiras nos portos e aeroportos também podem contribuir para que a doença não entre no Brasil?, avaliou Martins.

O País, de acordo com o professor da UnB, tem uma ?capa de proteção? natural contra a doença. Vindas da Ásia e Europa, as aves migratórias possivelmente infectadas pelo vírus H5N1 passam primeiro pela América do Norte. Antes de chegar ao território brasileiro, a maior parte delas deve morrer pelo caminho.

A gripe aviária é uma doença infecciosa aguda transmitida por um dos subtipos mais agressivos do vírus influenza, o H5N1. Ela já causou a morte de 83 pessoas de um total de 152 infectadas. A incidência tem sido maior na Ásia.

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