Brasil é candidato ao Conselho de Segurança, admite a ONU

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Zephirin Diabbé:
"Lula é muito carismático".

Brasília – O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Zephirin Diabbé, reconheceu ontem que o Brasil é um dos candidatos a membro permanente do Conselho de Segurança da instituição e deu seu discreto aval à campanha movida pelo Itamaraty para que esse objetivo seja alcançado. Diabbé lembrou que os países que mantiverem seus desejos "em segredo" jamais serão eleitos e destacou que aqueles que "contribuem" com a ONU têm "motivos legítimos" para ingressar no clube mais restrito do Conselho.

Ele enfatizou, porém, várias vezes que a decisão caberá aos 191 estados-membros da organização. "O Brasil é liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é muito carismático, e tem um papel importante no mundo de hoje", afirmou à imprensa o subsecretário, que participou do encerramento da conferência internacional "Democracia – Participação Cidadã e Federalismo", promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). "O Brasil aparece no radar das possibilidades pelo seu tamanho, importância e representatividade", enfatizou, em seguida, o representante da ONU.

Ontem, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recebeu o relatório sobre a reforma das Nações Unidas, elaborado por uma comissão de 16 especialistas. Apesar de o texto não trazer a indicação do Brasil ou de outros países para integrar uma eventual versão ampliada do Conselho de Segurança, a comissão propôs duas fórmulas de adequação dessa instituição à atual ordem mundial e a seus novos desafios. Ambas contemplam a inclusão de novos membros permanentes no Conselho, o que pode favorecer o País.

Mas nenhuma delas concede aos novos integrantes o direito ao veto das propostas de resolução, que continuará concentrado nos antigos sócios – Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China. De acordo com Diabbé, não há ainda uma perspectiva de quando serão concluídas as discussões sobre a reforma da ONU. Ele mesmo admitiu que não tomou conhecimento ainda da posição dos Estados Unidos – o país mais influente e maior financiador da organização – sobre o tema. Conforme lembrou, Annan deverá apresentar até o próximo mês de março sua proposta de reforma, baseada no relatório da comissão de notáveis. Em seguida, pretende lançar os debates durante uma reunião de cúpula, em setembro de 2005, convocada para discutir as Metas do Desenvolvimento do Milênio – o programa que prevê a redução pela metade da pobreza no mundo até 2015.

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