Bloco de Esquerda evita comentar candidatura do PT

Durante o lançamento do Bloco de Esquerda – PDT, PSB, PCdoB, PRB PHS e PMN -, as principais lideranças políticas do grupo evitaram criticar a decisão do PT, que, em congresso realizado no final de semana, anunciou que lançará um candidato próprio à Presidência nas eleições de 2010. Na avaliação dos partidos do bloco, todos pertencentes à base aliada do governo têm o direito de construir um projeto político em comum, assim como a legenda petista. E para eles, a decisão do PT já era esperada.

"Não acho que seja impossível que essas forças, inclusive junto com o PT, possam estar juntas nas próximas disputas eleitorais", avaliou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). Para ela, o momento é de unir forças para construir um projeto para o Brasil, e não antecipar as eleições de 2010. "É muito cedo para cogitar qualquer decisão a esse respeito. Não ajuda, não soma e não articula forças que podem se juntar em torno de um programa, que é, ao meu ver, o que falta hoje na política brasileira e nas tentativas de articulação política que tem sido feitas no País", declarou.

Para o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), "não é propriamente prudente" discutir agora as próximas eleições presidenciais. "Temos por obrigação central, neste momento, de reforçar, onde estejamos e como possamos, as possibilidades de êxito do governo Lula", opinou. Ele considerou a decisão do PT "absolutamente normal". "O bloco, pela mesma razão de argumento, também tem sua legítima pretensão eventualmente. Mas, nesse momento, não é oportuno discutir 2010", ressaltou.

Manifestação

Pouco antes do evento de lançamento do Bloco de Esquerda ser iniciado, militantes do PSB faziam uma pequena manifestação a favor da candidatura de Ciro Gomes em 2010. "Eu não estou me movimentando por candidatura, embora ninguém acredite", defendeu-se o ex-ministro da Integração Nacional.

Para o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o PT tem o direito de lançar um candidato próprio. "Os outros partidos tem o direito de procurar suas alternativas, e o mais importante é que o País esteja bem servido de candidatos em 2010. Vejo bons candidatos em muitos partidos", disse. Rebelo explicou que os atos do Bloco de Esquerda não são sinalizações contra o governo Lula. "É para que o País perceba que o bloco existe", afirmou.

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