Blindado, Carlos Wilson nega irregularidades na Infraero

O governo blindou nesta quinta-feira (28) o deputado Carlos Wilson (PT-PE), que durante quatro horas depôs na CPI do Apagão Aéreo da Câmara. Com o plenário lotado de governistas – praticamente toda a bancada de Pernambuco e até o prefeito de Recife, João Paulo (PT), foram para a sala da CPI -, Carlos Wilson negou qualquer irregularidade em obras da Infraero, estatal que administrou durante os três primeiros anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Saiu da comissão de inquérito na condição de colaborador e comprometendo-se a enviar sugestões para a melhoria da infra-estrutura aeroportuária, que serão propostas no relatório final da CPI da Câmara.

"Tenho 34 anos de vida pública e nunca tive nada que desabonasse a minha conduta. Prestei todos os esclarecimentos à CPI", disse o petista. "Trabalhamos demais e conseqüentemente passamos a ser alvo de denúncia e calúnias infundadas", afirmou. Nas cerca de quatro horas de depoimento, Carlos Wilson revelou que foi expulso do PTB, em 2003. "Entrei no PT porque fui expulso do PTB. Fui expulso porque não quis atender indicações que não acrescentariam nada à Infraero", afirmou. Ele aproveitou para fazer um balanço da sua gestão na Infraero e detalhar as obras feitas nos principais aeroportos brasileiros.

À CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Carlos Wilson argumentou que o relatório Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta irregularidades nas obras da Infraero é preliminar. "O TCU não concluiu nenhum processo relacionado à minha gestão", observou o petista. "Estranho que antes de qualquer julgamento se fale em superfaturamento", disse. Carlos Wilson lembrou que empresas como Eletrobrás, Petrobrás e Correios têm mais processos preliminares por irregularidades tramitando no TCU do que a Infraero.

O ex-presidente da Infraero negou ainda que funcionários da estatal tenham sido afastados por irregularidades durante sua gestão, depois de investigação da Controladoria Geral da União (CGU). "A CGU não recomendou o afastamento de ninguém. Isso foi uma decisão do Conselho de Administração da Infraero. Não sou citado em nada da CGU", disse Carlos Wilson. O único momento tenso da CPI foi protagonizado pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que cobrou explicações para denúncias de irregularidades na Infraero.

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