Biossegurança ameaça competividade do Brasil

Cuiabá – O texto atual da Lei de Biossegurança, que aguarda apreciação no Senado Federal, é motivo de preocupação para a professora Lygia da Veiga Pereira, do Centro de Estudos do Genoma Humano, da Universidade de São Paulo (USP). Lygia coordenou o simpósio “Células-tronco”, durante a 56.ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal do Mato Grosso, em Cuiabá.

Lygia conseguiu lotar a sala do Departamento de Medicina Veterinária da universidade. E durante entrevista aos jornalistas, ela falou da sua aflição. “Estou muito preocupada porque quem é contra não está se manifestando e eu preferia que houvesse um debate aberto”, disse. Lygia se referia ao artigo 5.º do projeto de lei, que proíbe estudos com células embrionárias.

Clonagem

Segundo ela, o projeto de lei aprova a clonagem terapêutica, mas se contradiz quando nega a opção quanto à utilização das células embrionárias. Ela disse que isso é incoerente e que engessaria os cientistas. Estas células têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de tecido, sendo essenciais para a pesquisa, representando um avanço para a medicina no caso das doenças cardíacas, neurológicas e o diabetes.

“Se o projeto for aprovado como está, vamos perder vantagem competitiva e pesquisadores estrangeiros que poderiam trabalhar no Brasil”, lamentou. Segundo ela, há poucos dias pesquisadores da USP importaram células embrionárias dos Estados Unidos para dar continuidade aos estudos. Isto porque o governo americano proibiu o uso de verbas federais para a obtenção deste tipo de célula mas não proibiu que o processo se realizasse com recursos privados.

Voltar ao topo