São Paulo – Candidato do Campo Majoritário à presidência do PT, o deputado Ricardo Berzoini baseia sua campanha na defesa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comemora as alianças com PTB, PP e PL e diz que nos últimos dez anos o PT evoluiu para melhor. Ao ser questionado que os líderes do Campo Majoritário, um agrupamento de tendências a que pertence também o presidente Lula, admitem a volta de José Dirceu e outros acusados de envolvimento em casos de corrupção para o diretório nacional do PT, Berzoini diz que este é um assunto que o Campo Majoritário vai discutir depois do processo eleitoral. "Não há motivo para antecipar agora este debate. A composição do diretório é uma coisa que a chapa toda vai se reunir e avaliar no momento apropriado", esquiva-se o ex-ministro do Trabalho.
O candidato do Campo Majoritário também descarta algum problema com a eventual presença do ex-ministro José Dirceu no diretório nacional, alegando que "trabalharei com aquilo que for decidido pelo coletivo. Não tenho dificuldade de trabalhar com nenhuma pessoa especificamente". No entanto, ele acredita que o Campo Majoritário agiu correto até agora, apesas das críticas feitas por dissidências do partido à esquerda que atribui a política de alianças uma parte expressiva da crise em que o partido se envolveu e que acuou o governo Lula durante meses, chegando à beira do pedido de impeachment do presidente da República pela oposição.
Segundo Berzoini, ele já deixou transparente nos debates realizados para a escolha da nova direção do partido "que o PT nos últimos dez anos evoluiu muito e para melhor, ampliou a política de alianças não só com os partidos políticos, mas também com a sociedade, e estruturou uma vitoriosa relação com os movimentos sociais". Além de fazer uma defesa da política de alianças, Ricardo Berzoini também não acredita que o governo Lula mereça as críticas que sofre, tanto da ala esquerda do partido, que cobra compromissos de campanha, principalmente com investimentos no setor social, quanto da oposição, que atribui ao governo inércia em vários setores.
Segundo Berzoini, o governo vai bem. "Avaliamos positivamente nosso governo, que merece aprovação tanto na política econômica quanto na área social", diz ele. Para Berzoini, não foi a política de alianças a responsável pela maior crise da história do partido. Segundo ele, "o que levou à crise foram erros de procedimento de algumas pessoas que traíram a confiança do partido. Não é um erro coletivo", diz. Ele apenas evitou comentar que entre estas pessoas suspeitas de trair a confiança do partido está o ex-ministro José Dirceu.