Bactéria rara mata três irmãos no Ceará

Fortaleza

– Melioidose, uma doença comum no sudoeste da Ásia e Austrália, mas muito rara nas Américas teria provocado a morte, na semana passada, de três irmãos com idades entre 10 e 15 anos que moravam em Tejuçuoca, a 144 quilômetros de Fortaleza. Outras duas pessoas – uma menina de 12 anos irmã das vítimas e uma mulher de 20 – estão internadas no Hospital São José, em Fortaleza, com suspeita de estarem com a mesma doença. Elas se recuperam bem. Amostras de sangue das duas foram retiradas, mas até agora não foi encontrada a bactéria Burkholderia pseudomallei, que causa a melioidose e se aloja no solo.

A morte rápida dos irmãos deixou as autoridades médicas cearenses em alerta. O diagnóstico só foi possível esta semana, após investigações de uma equipe de 25 pessoas, incluindo técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Ministério da Saúde e o médico norte-americano Douglas L. Hatch. De acordo com o médico infectologista Anastácio Souza Queiroz, ex-secretário da Saúde do Ceará e integrante da equipe, estes foram os primeiros casos de melioidose diagnosticados no Estado. Queiroz também desconhece outros casos no Brasil.

“É uma doença que tem várias apresentações que vão desde um quadro fulminante até uma doença crônica, dependendo da imunidade do indivíduo infectado; da virulência da bactéria; da quantidade ingerida e das vias de inoculação”, informa o médico.

Sintomas

Não se sabe como a bactéria causadora da doença veio parar no Ceará. Mas Queiroz acredita que ela já estava presente no solo cearense e que uma série de fatores favoreceu o desenvolvimento da melioidose nos três irmãos. Eles haviam tomado banho em um barreiro dois dias antes de manifestarem os sintomas – febre, vômito e fortes dores de cabeça.

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