Avaliação pessoal de Lula cai de 69,9% para 65,3%

Brasília – A avaliação positiva do governo Lula caiu de 41% para 39,9% entre dezembro do ano passado e este mês, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT). No mesmo período, a avaliação negativa do governo subiu de 12,9% para 15,1%, enquanto a avaliação regular caiu de 41,9% para 40,6%. Na avaliação pessoal do presidente o número de aprovação caiu de 69,9% para 65,3% enquanto a desaprovação subiu de 21% para 24,2%.

“É importante salientar que a popularidade do presidente continua alta, porém a queda no índice de aprovação reflete a recessão econômica, a falta de geração de emprego e a preocupação da população com a falta de cumprimento das promessas de campanha”, afirmou o presidente da CNT, Clésio Andrade. “De qualquer forma, o que temos é uma estabilidade com viés de baixa”, completou.

Na pesquisa realizada em janeiro do ano passado, a primeira do governo Lula, a aprovação pessoal do presidente era de 83,6% e a desaprovação era de 6,8%. Em termos de governo, 56,6% dos entrevistados em janeiro do ano passado classificavam como positivo o desempenho do governo federal enquanto 2,3% avaliam negativamente esse trabalho. A pesquisa divulgada hoje foi realizada entre os dias 4 e 6 de fevereiro, ouvindo 2 mil pessoas em 195 municípios do Brasil.

A pesquisa mostra uma queda na avaliação da atuação do governo nas áreas econômica, social e política. Para 45% dos entrevistados, a política econômica do governo está sendo conduzida de forma adequada, enquanto 35,7% acreditam que essa condução é inadequada. Em outubro, esses porcentuais eram, respectivamente, de 46,7% e 31,6%.

Na área social, 45,1% classificaram como adequado o desenvolvimento da área, feita pelo governo até agora, enquanto 33,2% acham o contrário. Em outubro, 49,3% classificavam esse trabalho como adequado e 31,1%, como inadequado. Na área política, a condução dada pelo governo é considerada adequada por 41,2% dos entrevistados e inadequada por 35,3%. Em outubro passado, esses porcentuais eram de 43,6% e 32,6%, respectivamente.

Dos 2.000 entrevistados, 48% disseram acreditar que Lula está cumprindo as promessas feitas durante a campanha presidencial, enquanto 42% afirmaram que elas não estão sendo cumpridas. Em agosto do ano passado, última vez em que essa questão foi apresentada, 57,7% dos entrevistados disseram acreditar que as promessas de campanha estavam sendo cumpridas, enquanto 34,1% não acreditavam nisso.

O desemprego continua a maior preocupação do brasileiro. Na opinião de 53,3% dos entrevistados, a geração de empregos deve ser a prioridade do governo. O combate à fome vem em segundo lugar, superando a violência.

Desigualdade está “bem azeitada”

São Paulo

– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, na manhã de ontem, que o problema da fome no Brasil se deve à desigualdade e à concentração de renda. Segundo o presidente, no Brasil “moldou-se uma bem azeitada máquina de desigualdade social. Quando se aciona o acelerador da riqueza, se aciona o freio da distribuição”. Ele disse na abertura da Expo Fome Zero, em São Paulo.

Lula mencionou mais de uma vez o fato de o País produzir alimentos suficientes para toda sua população. Disse, também que a renda per capita do País “não permite” que ninguém passe fome no País. “Se tem um país no mundo em que não tem razão nenhuma para ninguém passar fome, é o Brasil, porque aqui produzimos além até do que precisamos”, disse. O presidente também comentou sua proposta de estabelecimento de um fundo internacional de combate à pobreza. Citando números de transações comercias e de armas no mundo, Lula disse que, com “uma vírgula” desses valores seria possível resolver o problema da miséria no planeta. Ele acrescentou: “Mas não para o Brasil, que nós não precisamos. Nós vamos fazer esse País dar certo sem precisar pegar dinheiro de fora.” “Acabar com a fome no Brasil é uma questão de tempo. De pouco tempo”, finalizou.

No que classificou como sua “estréia” como ministro, Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) fez um discurso curto, na mesma linha do de Lula. Segundo o ministro, “três refeições por dia não é uma promessa do presidente Lula, é a expressão, por sua voz, do desejo dos brasileiros”.

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