Autorizada quebra do sigilo bancário de falsa psicóloga

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal, nos últimos cinco anos, da falsa psicóloga Beatriz Coelho Cunha, do marido dela e da clínica em Botafogo, na zona sul da cidade, onde crianças autistas eram atendidas. Na decisão, proferida ontem, a juíza Leila Santos Lopes, da 11ª Vara Criminal, também pediu a quebra de sigilo dos dados do computador e das agendas apreendidas na empresa. A juíza, porém, negou o pedido de prisão preventiva dos réus, alegando que “não há notícias nos autos de risco à integridade das vítimas ou seus responsáveis legais, tampouco às testemunhas”.

As investigações sobre a falsa psicóloga começaram há cerca de dois meses, quando os pais de um dos pacientes procuraram a polícia. Depois de oito meses de tratamento, eles pediram um recibo com o número do registro da suposta psicóloga para o Imposto de Renda. Ao verificarem o número no Conselho Regional de Psicologia, eles foram informados que o cadastro estava cancelado. Em seguida, eles voltaram na clínica para saber o que havia acontecido e, na ocasião, Beatriz forneceu outro número do registro de outra psicóloga.

Beatriz atendia cerca de 20 crianças por dia e cada hora da consulta custava R$ 80. A estimativa é que 60 crianças estavam matriculadas na clínica. Para confirmar a ilegalidade, policiais se disfarçaram de clientes durante dois meses e passaram a monitorar o trabalho da suposta psicóloga. O Ministério Público do Rio denunciou a mulher por estelionato, propaganda enganosa e falsificação de documentos.

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