Durante o depoimento do motorista Éder Eustáquio Macedo à CPI dos Bingos, ontem, o senador Alvaro Dias (PSDB/PR), além de denunciar a presença de dois assessores do ministério da Fazenda na sala da comissão, também perguntou ao motorista, que mora no Rio de Janeiro e foi o responsável pelo transporte das caixas de bebida em que supostamente estavam sendo transportados dólares vindos de Cuba, por que ele tinha antecipado em um dia a viagem para Brasília, já que a CPI tinha reservado a passagem para esta quinta. Nervoso Éder se recusou a responder, o que para o senador foi significativo: "A blindagem ocorre das mais diversas formas, uma delas é o silêncio. Temos que aprender a ler o que não é dito".
Logo após o questionamento do senador, a assessoria da CPI confirmou que o pedido para que a viagem de Éder fosse antecipada foi feito pela assessora parlamentar do ministério da Fazenda, Ilma Lima. "Precisamos ouvir o mais rápido possível o ministro da Fazenda, Antônio Palocci. O fato de ele comandar uma equipe que está sendo indiciada por formação de quadrilha no caso CEF-Gtech e também de chefiar outra equipe para blindar o motorista é muito grave. Quem é responsável pela condução dos negócios do País não pode ficar sob suspeita. O ministro Palocci tem muito a responder", disse o senador.
Para Alvaro Dias o motorista não pode ser penalizado, já que ele teria sido usado por pessoas de má-fé.