Alckmin vai a Minas pedir engajamento total a Aécio

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Geraldo Alckmin: Minas é essencial para a vitória.

Preocupado com o assédio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governador reeleito de Minas, Aécio Neves – principal liderança tucana e figura-chave no segundo maior colégio eleitoral do país -, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, desembarcou ontem pela manhã no estado para uma conversa com Aécio, na tentativa de pedir total engajamento e empenho em sua campanha para o Palácio do Planalto.

O presidente Lula determinou a seus emissários – uma tropa de choque encabeçada pelo vice-presidente José Alencar (PL-MG) – a missão de convencer Aécio a não trabalhar 100% para Alckmin. O próprio presidente teria sugerido ao governador mineiro ?merecidas férias? fora do país para descansar da campanha que o levou a ser reeleito com 77,03% dos votos válidos.

A postura dúbia de Aécio já havia sido posta em xeque no primeiro turno, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou uma carta aberta criticando o governo Lula e fazendo um alerta sobre os riscos de Aécio ser seduzido pela disputa presidencial de 2010 e, assim sendo, não trabalhar efetivamente pela eleição de Alckmin.

A cobrança pública de FHC surtiu efeito e Aécio, enfim, se engajou na campanha presidencial de maneira a alavancar a candidatura Alckmin no estado. O próprio presidenciável se surpreendeu com sua votação em Minas, onde recebeu 40,62% dos votos válidos. A expectativa do PSDB era de atingir cerca de 30%.

?Minas é essencial para a conquista do Palácio do Planalto. Há espaço para crescer e a ajuda do Aécio é primordial?, anotou um dos interlocutores de Alckmin. Daí a explicação de o candidato tucano ter ido, sigilosamente, ao encontro de Aécio.

Pela serenidade com que retornou de Minas, tudo indica que Alckmin conseguiu afastar o ?fantasma de Lula? em torno do que hoje considera, ao lado do governador eleito de São Paulo, José Serra, seu principal cabo eleitoral. Oficialmente, ninguém confirmou a reunião de ontem. Alckmin disse ter estado fora de São Paulo para gravar cenas para o horário eleitoral gratuito. De fato, a ida do candidato tucano a Minas também serviu para que o marqueteiro Luiz Gonzalez captasse cenas para o programa na TV.

Crescendo

Alckmin acusou Lula de mentir e ?iludir a boa-fé? das pessoas, propagando que ele tem a intenção de acabar com o programa Bolsa Família e de privatizar estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras. ?Até não acreditei quando me falaram que o próprio presidente estava falando um conjunto de mentiras, coisas que não têm a menor procedência?, disse o ex-governador.

Demonstrando indignação com a botaria disseminada pelo PT, Alckmin avaliou que a atitude de seu oponente revela desespero. ?A nossa campanha está crescendo na confiança do povo. No fundo, é medo de perder a eleição.? Pegando como gancho os escândalos de corrupção que atingiram o governo petista, o tucano anotou: ?Primeiro o presidente não sabia de nada. Agora fala coisas inverídicas. Onde fica a autoridade do chefe de Estado??. O candidato do PSDB assegurou que a verdade vai pautar sua campanha na reta final. ?Não há melhor amigo que a verdade?, frisou. ?O outro candidato não tem compromisso com a verdade e por isso está perdendo a credibilidade.?

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