Agente revela tudo sobre roubo de R$ 2 mi da PF

Rio de Janeiro (AE) – O escrivão Fábio Kair Marot, da Polícia Federal, que quinta-feira confessou ter participado do furto de R$ 2 milhões em notas de real, dólar e euro na sede da superintendência da corporação no Rio, foi trazido ontem cedo de Brasília para prestar novo depoimento na sede da PF no Rio. Marot foi delatado pelo agente da PF Marcos Paulo Rocha, preso pelo roubo e que confessou sua participação no crime. Ele acusou o escrivão de ter facilitado o furto e disse existir uma quarta pessoa envolvida. Quinta-feira, a PF apreendeu R$ 20 mil escondidos na casa da mãe do escrivão, em Angra dos Reis, litoral sul fluminense. A origem do dinheiro está sendo investigada.

Rocha começou a ser ouvido às 14h de quarta-feira e seu depoimento só terminou na madrugada de quinta-feira. O agente contou que recebeu de Kair a chave do cofre onde estava o dinheiro e a repassou para seu comparsa, o vidraceiro Ubirajara Maia, o Bira. Ele confirmou que Bira passou 20 horas no porta-malas de seu Tempra, estacionado na superintendência, enquanto o agente trabalhava no plantão de domingo. Na madrugada de segunda-feira, o vidraceiro invadiu a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), arrombou portas e armários, simulando procurar a chave, abriu o cofre e roubou o dinheiro.

Com o dinheiro, Bira voltou para o porta-malas do carro de Rocha. Eles deixaram a superintendência juntos, antes do fim do plantão, às 7h. O furto foi descoberto por uma faxineira por volta de 8h. Enquanto Rocha prestava depoimento a Moretti, Bira, que também está preso, foi levado à sede da superintendência, onde chegou por volta das 18h. Ele confirmou que recebeu a chave de Rocha, antes de entrar na DRE.

Os depoimentos complicam a situação de Fábio Kair, que denunciou a participação de Rocha e Bira no crime em troca dos benefícios da delação premiada, mas negou seu próprio envolvimento. Kair responde por duplo homicídio, crime pelo qual ele também acusa Rocha, e pelo desvio de cocaína dos cofres da DRE.

No seu depoimento de quarta-feira, Rocha disse que Kair recebeu parte do dinheiro, que estaria com uma pessoa da família do escrivão. Rocha disse que apenas em juízo revelaria onde está a parte do dinheiro que lhe coube. Além do dinheiro encontrado quinta-feira, a polícia já recuperou 267.020,00 euros que pertenceriam a Rocha e mais 32 mil euros e US$ 32 mil entregues a Bira.

Cocaína some em SP

Na manhã de ontem, 136 quilos de cocaína pura foram roubadas do prédio da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo. A droga se encontrava em um cofre da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, que fica no 3º andar do edifício. Agentes do Grupo de Operações Sensíveis da Polícia federal foram designados para investigar o sumiço. Fora recolhidas todas as fitas do circuito interno de televisão para ver se foram gravadas imagens de quem roubou a droga. essa é a primeira vez que houve este tipo de roubo do prédio da Polícia Federal, na capital paulista.

Voltar ao topo