Agenda positiva pretende tirar governo da defensiva

Brasília (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne amanhã os grandes exportadores do País para comemorar a marca de US$ 100 bilhões de exportações no período de 12 meses, alcançada no mês passado. Nos próximos dias cartazes que mencionam o recorde de exportações serão distribuídos por todo o País. O evento faz parte de uma estratégia planejada pelo Palácio do Planalto e que pretende criar fatos que tirem o governo da defensiva e mostrem a chamada ?agenda positiva?.

A estratégia começou a ser posta em prática quinta-feira, quando Lula se deslocou até o interior mineiro para inaugurar a primeira fábrica de biodiesel do País. A idéia é alinhar uma boa seqüência de fatos positivos para passar à população a impressão de que o governo passou à ofensiva e superou a crise política provocada pelo final abrupto da reforma ministerial.

Em busca de fatos de grande visibilidade, o presidente também abre segunda-feira, no Palácio do Planalto, uma exposição que vai mostrar os 236 produtos brasileiros que serão exportados para a França e vendidos em 4.900 lojas da rede francesa Casino. Trata-se apenas de um negócio de porte médio, mas o governo infla a sua importância com a informação de que a França instituiu 2005 como o Ano do Brasil.

Para evidenciar o ?choque de eficiência? na gestão do governo, na Quinta-feira Santa -um dia geralmente ?enforcado? pela administração pública – Lula mobilizou quatro ministros, José Dirceu (Casa Civil), Antônio Palocci (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Romero Jucá (Previdência), para lançar um pacote de redução ao déficit previdenciário.

No mesmo dia, Dirceu e Bernardo avisaram que um novo pacote de controle de gastos vai atingir outras áreas da administração. Para finalizar, Lula agradou aos empresários do agronegócio ao sancionar a Lei de Biossegurança, que autoriza cultivo e venda de produtos geneticamente modificados.

Na área da Saúde, o ministro Humberto Costa continua capitalizando a ação que deu mais visibilidade ao seu ministério nos 27 meses de gestão: a intervenção na rede municipal de saúde do Rio. Anteontem, foi visitar o hospital de campanha da Aeronáutica no Rio.

No campo político, o presidente assumiu a combalida coordenação política do governo e age pessoalmente para melhorar as relações com os partidos políticos: na segunda-feira recebe, separadamente, as cúpulas do PL e do PSB (ele já esteve com o PTB quarta-feira).

No Congresso o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, mantido no cargo, e o novo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deflagraram ampla operação para recuperar o controle político e salvar a MP 232, que corrige a tabela do Imposto de Renda e aumenta imposto das empresas prestadoras de serviço. (Denise Madueño)

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