Adiada viagem para apurar sumiço de arquivos

Brasília – A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara adiou para o dia 12 de janeiro a viagem de uma delegação de parlamentares a Fortaleza para apurar denúncias de destruição de documentos secretos da ditadura militar. A viagem estava prevista para amanhã.

Os deputados petistas João Alfredo (CE), Luiz Alberto (BA) e Luiz Couto (PB) integrarão a comitiva. A programação da viagem, que atende a requerimento de João Alfredo, prevê uma visita ao quartel da 10.ª Região, uma audiência com o governador Lúcio Alcântara e uma reunião com representantes dos anistiados daquele estado, organizada pela Associação 64-68.

No último dia 16, a Comissão mandou uma delegação a Salvador, na Bahia, com o mesmo objetivo. Os deputados foram investigar denúncias veiculadas pela Rede Globo sobre a queima de arquivos sigilosos da ditadura na base aérea militar daquela cidade.

Arquivos

Em Fortaleza, no último dia 15, o jornal O Povo noticiou que o general-de-divisão Júlio Limaverde, provocado por uma solicitação do próprio jornal, respondeu por meio de ofício que os documentos do período 1960/1970 haviam sido destruídos na 10.ª Região Militar. No dia 21, o Diário do Nordeste revelou que papéis da ditadura, com carimbos de confidencial e reservado, foram achados no início do ano por um professor, em uma escola pública, dentro de caixas de livros doados. Entre eles, haveria um documento do Ministério do Exército intitulado "Infiltrações subversivas no meio universitário de Brasília". Entre os documentos que teriam sido destruídos, estariam os referentes à Operação Calhambeque, que culminou com a prisão e morte de Pedro Gerônimo, sindicalista e integrante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Ele foi preso em 11 de setembro de 1975 e apareceu morto em uma cela da Polícia Federal seis meses depois. Faria parte da documentação uma fita de super-8 que registra o momento em que militantes presos decidem entregar o companheiro ao DOI-Codi.

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