Rio (AE) – Policiais ainda procuram, sem sucesso, o homem suspeito de esquartejar oito jovens seqüestrados em Vigário Geral. Ele havia sido preso quinta-feira de manhã por policiais civis, mas foi liberado à tarde por PMs encarregados de vigiá-lo. Equipes da Polícia Civil percorreram pontos da zona oeste do Rio e da Baixada Fluminense em busca de informações sobre o paradeiro do traficante, mas ele não havia sido encontrado até o fim da tarde.
Policiais da delegacia de Brás de Pina, que investigam o desaparecimento dos oito jovens levados de casa há 11 dias, estiveram ontem na favela Três Pontes, em Santa Cruz, e em localidades de Belford Roxo. Já policiais militares do 16.º Batalhão (Olaria) permaneceram na favela de Parada de Lucas, onde o traficante – conhecido como Ceguinho e que seria o "açougueiro" da quadrilha, por esquartejar as vítimas do bando – foi capturado. Eles também procuraram pistas do paradeiro dos jovens desaparecidos, mas não houve avanços.
O sargento e o soldado do batalhão responsáveis, pela custódia do homem , lotados no Posto de Policiamento Comunitário que fica na divisa entre Vigário Geral e Parada de Lucas, estão presos no Batalhão Especial Prisional (BEP). Há suspeita de que eles tenham recebido R$ 10 mil para liberar o bandido.
A dupla foi detida em flagrante por prevaricação. Eles ficarão no BEP até amanhã e poderão ser liberados caso não haja uma determinação da Justiça Militar para que continuem encarcerados. Se forem soltos, serão retirados do patrulhamento das ruas e farão serviços internos no batalhão, informou o corregedor-geral das duas polícias, José Vercilo.
A reconstituição do seqüestro, interrompida na quinta-feira, pela notícia de que o "açougueiro" havia escapado, será remarcada depois do Natal.