“A mensagem é que vamos nos mexer”, diz Mantega

A principal mensagem que o governo quis passar ao mercado, com as três medidas na área cambial anunciadas na quarta, é que não aceitará passivamente uma valorização excessiva do real, que possa comprometer as contas externas do país a médio e longo prazo. ?Estamos dando uma mensagem de que vamos nos mexer?, resumiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A tributação dos investimentos estrangeiros em renda fixa com uma alíquota de 1,5% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), é um passo do governo para diminuir as chamadas operações de ?carry trade?, observou o ministro. As operações de carregamento ("carry trade") são aquelas em que o investidor obtém um empréstimo em dólar, a juros baixos, traz o dinheiro para o Brasil, compra reais e utiliza os recursos para fazer aplicações em títulos públicos ou em fundo de renda fixa. Desta forma, o investidor ganha com a valorização do real ante o dólar e na taxa de juro paga pelo Tesouro Nacional, a mais elevada do mundo.

?O carry trade tende a ser ampliado com a queda acentuada do dólar no mundo inteiro?, disse Mantega. Com um possível aumento do ingresso de dólares no Brasil, maior seria a valorização do real e, em conseqüência, pior o desempenho da balança comercial do País. Em janeiro, houve uma saída de US$ 3 bilhões que estavam aplicados na Bolsa de Valores, mas, ao mesmo tempo, uma entrada de R$ 1,6 bilhão para aplicações em renda fixa, um fato atípico para este mês do ano.

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