Brasil tem posição de liderança no mercado de crédito de carbono

Rio – O Brasil ocupa hoje, ao lado da Índia, uma posição de liderança no mercado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – o Ministério de Ciência e Tecnologia já identificou 74 projetos desse tipo. A afirmação é do coordenador do Programa de Planejamento Energético da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Emílio La Rovere. Segundo ele, tais projetos já estão em tramitação no país.

"Isso nos coloca, também em termos de quantidade de tonelada de carbono, numa posição de liderança. Somente esses 74 projetos já permitem evitar a emissão de 130 milhões de toneladas de CO2. Isto nos dará a liderança no mercado de MDL, inclusive à frente da Índia, que então ficaria com a segunda colocação", explicou Rovere.

Ele ressaltou que o banco de projetos de MDL, lançado no mês passado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), em parceria com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), será uma importante vitrine na seleção dos projetos a serem apresentados ao mercado. Isso vale tanto para a seleção de idéias preliminares de projetos a serem financiados pelos interessados nas Reduções de Certificados de Emissões (RCEs) quanto para apresentação dos que já foram reconhecidos por entidades certificadoras, disse.

Para o professor, não há dúvida de que se trata de uma seleção de oportunidades de negócios que está sendo colocada para os investidores que estejam interessados, não só em adquirir créditos de carbono, mas também em financiar projetos dessa natureza.

A Coppe/UFRJ será a responsável pelos critérios e pela análise técnica de todos os projetos propostos ao banco de projetos da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

Caberá exatamente ao professor Rovere, coordenar, à frente do Centroclima da Coppe, a avaliação dos projetos propostos ao banco. "Nosso objetivo é dar assessoria técnica para realizar uma pré-análise desses projetos e, desta forma, garantir que eles sejam iniciativas realmente elegíveis para o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Projetos de qualidade, que possam garantir a qualidade e a credibilidade do banco de projetos da BM&F".

Os pregões deverão ter início na BVRJ até o final do ano, quando, de fato, o Brasil se tornará o primeiro dos países emergentes a negociar as RCEs em bolsa de valores.

Ao falar sobre o assunto, o secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, afirmou que, na primeira etapa, a iniciativa tem por objetivo oferecer ao mercado um banco de dados de projetos já validados ou em fase final de execução, organizando, dessa forma, a negociação dos créditos de carbono e procurando, paralelamente, dar maior visibilidade para os investidores e possíveis compradores de RCEs.

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