Brasil tem estrutura deficiente para tratar casos graves

Apesar de conviver há mais de duas décadas com a dengue, em grandes epidemias ou surtos menos expressivos, o Brasil apresenta frágil estrutura para lidar com a forma grave da doença. A falha se reflete nos altos índices de mortalidade. Neste ano, até 19 de março, tinham sido notificados 75 casos de dengue hemorrágica, com 10 mortes – taxa de mortalidade de 13 3%. O porcentual está muito acima do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – 3%. Em 2006, o índice no País foi semelhante: 11% dos pacientes com a forma grave da doença morreram.

?A dengue no Brasil ainda é considerada surpresa. E a morte em conseqüência da infecção, fatalidade. Está errado. A morte é perfeitamente evitável?, diz o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e integrante do comitê assessor do Ministério da Saúde para dengue Rivaldo Venâncio da Cunha.

A necessidade de melhor estrutura de atendimento de casos graves de dengue é alertada pela Organização Pan-Americana de Saúde desde 2002. Com o maior número de casos provocados por um tipo de vírus da dengue, maior é o risco de pacientes contraírem a forma hemorrágica. O ideal, dizem especialistas, é o sistema contar com rede de triagem dos casos graves , diagnóstico e encaminhamento. A confusão ocorre porque, embora seja chamada de hemorrágica, nem sempre a forma grave é acompanhada de sangramento. Sem a descrição clássica, médicos dispensam o paciente.

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