Com um total de 53,9 milhões de pobres (31,7%), cerca de um terço da população
brasileira, o Brasil aparece em penúltimo lugar numa lista de 130 países, no que
se refere à distribuição de renda. É o que mostra um estado do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado hoje (1º) pelo ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.
O estudo Radar Social
2005 considerou pobres as pessoas que vivem com renda domiciliar per capita de
até meio salário mínimo (R$ 120 em 2003). Foram consideradas muito pobres ou
indigentes as pessoas com renda de até um quarto do salário mínimo de 2003 (R$
60), na época do estudo). Nessas condições vivem 21,9 milhões de brasileiros. A
pobreza no país também é maior entre a população negra. Segundo o Ipea, 44,1% de
negros viviam com renda inferior a meio salário mínimo em 2003. entre os
brancos, o percentual era 20,5%. Mesmo assim, o documento do Ipea diz que o
número de pobres no país caiu entre 1993 e 1996.
Para reverter o quadro
de desigualdade, o estudo diz que "é fundamental promover um modelo de
desenvolvimento que propicie a combinação de crescimento com geração de ocupação
e renda". O estudo cita como políticas públicas capazes de reduzir a
desigualdade a aceleração da reforma agrária, a ampliação da Previdência, da
assistência social e a transferência de renda, a elevação dos padrões de
educação e o combate à discriminação racial e de gênero