Brasil substituirá combatentes no Haiti por engenheiros

O governo brasileiro vai começar a substituir no mês que vem seus soldados de combate no Haiti, integrantes das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), por militares da área de engenharia. O objetivo é atuar mais na reconstrução do país. Aproveitando a operação de troca de 1,2 mil militares brasileiros que voltam de lá por outros 1,2 mil que ainda não foram, será feita a mudança na composição do grupo. Mais 50 engenheiros vão se somar aos 150 que já estão trabalhando na Companhia de Engenharia do Haiti. A área de segurança terá menos 50 soldados.

"Esta é uma tendência e é vontade do ministro (da Defesa, Waldir Pires)", afirmou o chefe do Estado Maior da Forças Armadas do Brasil, tenente-brigadeiro, José Américo dos Santos. "Precisamos diminuir a quantidade de pessoal de segurança lá e aumentar a de engenheiros", disse ele, que participou nesta quinta-feira (12) da III Conferência de Segurança Internacional do Forte Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer. De acordo com o chefe do Estado Maior, isso atende também a pedido da ONU.

Ele enfatizou o aspecto social da atuação brasileira no Haiti. "Acredito que o elemento-chave está na parte de atendimento social à população", disse, mostrando fotos de soldados com equipamento médico, tirando pressão de cidadãos e com caminhões de distribuição de alimentos. Segundo Santos, Waldir Pires entende que os civis deveriam participar mais do apoio ao Haiti. O tenente-brigadeiro, no entanto, não deu maiores detalhes sobre isso.

O chefe do Estado Maior comentou que a situação no Haiti envolve perigo. "Já faleceram 12 representantes da ONU. Felizmente, o Brasil não perdeu nenhum soldado, mas no mês passado três ficaram feridos", disse. Citou também a necessidade de ter ambulâncias blindadas no país, que terá eleições para o Poder Legislativo dia 3 de dezembro.

Por acordo firmado com a ONU, a participação brasileira na missão no Haiti permanece até agosto do ano que vem. Santos contou que a ONU procura ajudar os países participantes com recursos financeiros, "mas eles não chegam a totalidade do que lá gastamos". Disse também que a ONU tem um sistema de pagamento em 25 anos pelo uso de equipamentos dos países, como o Brasil.

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