Brasil se aproxima da marca de 1 milhão de veículos movidos a gás

O governo, ao que tudo indica, não terá ajuda do consumidor em seu projeto de conter o consumo de gás natural veicular (GNV) no País. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), mais de 85 mil veículos leves foram convertidos ao combustível no primeiro quadrimestre, número 63% maior do que o de conversões registrado entre janeiro e abril de 2004. Só em abril deste ano, quase 30 mil carros foram adaptados para rodar com GNV. Caso o ritmo seja mantido, o Brasil atingirá a marca de 1 milhão de carros a gás em três meses.

Hoje, a frota nacional movida a GNV soma 921,1 mil veículos. Os proprietários estão preocupados com os rumos que o governo pretende dar ao comércio do combustível no País. No mês passado, o Ministério de Minas e Energia afirmou que não pretende mais incentivar a queima do gás em automóveis, pois o Brasil pode enfrentar escassez do produto, que deve ser destinados a usos mais nobres, como o industrial. A crise política na Bolívia, principal fornecedor brasileiro do combustível, reforça os argumentos do governo, já que as petroleiras que atuam naquele país suspenderam os investimentos em aumento da produção de gás até que a situação se acalme e as empresas possam avaliar os impactos da nova legislação local, que aumentou os impostos sobre o setor.

Enquanto isso, as vendas de GNV continuam crescendo no Brasil. Segundo os dados do IBP, foram vendidos 359 milhões de metros cúbicos nos primeiros quatro meses de 2005, volume 24,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. A entidade aponta que há cada vez mais usos para o combustível, como as novas empilhadeiras que vêm sendo adaptadas para o GNV.

Aumento

A Comgás, distribuidora de gás canalizado que atende a região metropolitana de São Paulo, anunciou aumento no preço do combustível, que passa a custar R$ 0,5023 (sem impostos), contra R$ 0,4542 cobrado antes. A expectativa é de que o repasse para o consumidor fique entre 8,5% e 9% sobre o preço nos postos de sua área de concessão.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do gás nos postos paulistanos estava em R$ 1,031 por metro cúbico na semana passada. Com o aumento, pode chegar a R$ 1,12, caso o repasse chegue a 9%.

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