Brasil pode passar das 15 mil empresas inovadoras em 5 anos

O diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, disse nesta sexta-feira (28), durante palestra no Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, em São Paulo, que um aumento no investimento brasileiro em políticas públicas pode levar o País a ter dentro de cinco anos entre 15 mil e 20 mil empresas inovadoras.

O Congresso começou na última quarta-feira (26) e termina nesta sexta. O objetivo dos organizadores é propor um documento com metas para 2010 que incentivarão o desenvolvimento tecnológico no País. Atualmente existem 1.200 empresas inovadoras no Brasil, segundo a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Barboza, o aumento de empresas inovadoras só será possível com a criação de um ambiente mais favorável e estimulador à inovação tecnológica no Brasil. O Sebrae vem fazendo a sua parte, segundo ele. A entidade investe no mínimo 10% do seu orçamento por ano em ações de apoio tecnológico às micro e pequenas empresas. Só no ano passado, foram investidos cerca de R$ 133 milhões, ou 13,3% do orçamento, atendendo cerca de 100 mil pequenos negócios no País.

O Sebrae tem também apoiado a infra-estrutura na área de ciência e tecnologia, por meio dos centros tecnológicos, além de buscar parcerias para incrementar o apoio tecnológico aos pequenos negócios, como o edital Sebrae-Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), lançado em junho deste ano, e que disponibilizará recursos da ordem de R$ 30 milhões. No último dia 5 de outubro, técnicos das duas instituições reuniram-se no Rio de Janeiro para analisar as 151 propostas pré-qualificadas na chamada pública para financiamento de micro e pequenas empresas em inovação tecnológica. Ao todo foram inscritas 245 propostas, mas 94 não atendiam os requisitos estabelecidos no edital.

Barboza participou, na manhã desta sexta-feira, do Painel Temático ‘Micro e Pequenas Empresas’, juntamente com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo, Lucas Izoton, o presidente da Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), José Eduardo Azevedo Fiates, o diretor da FK Biotecnologia S.A, Fernando Kreutz, e o presidente da Nanacore Biotec, José Maciel Rodrigues Jr.

Desafios

Para o diretor do Sebrae, apesar de todos os esforços realizados até agora, ainda há muito a ser feito para facilitar o ambiente tecnológico às micro e pequenas empresas. Em sua palestra, ele propôs uma maior convergência de ações do poder público e, principalmente, uma continuidade dessas ações. "Queremos também um estímulo aos resultados e não apenas aos esforços".

Entre as dificuldades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas na questão da tecnologia, o dirigente do Sebrae ressalta a legislação inadequada, com elevada carga burocracia; tributação complexa e injusta; baixo acesso a serviços e um ambiente que freia o estímulo à inovação.

"Inovar é a forma que as micro e pequenas empresas têm de se diferenciar e atender às demandas de mercado. Muitos pensam que a concorrência é um problema para as grandes empresas, mas é um problema maior ainda para as micro e pequenas", disse o diretor.

Entre as principais necessidades levantadas junto ao segmento na questão da inovação estão: ajustes do processo produtivo; desenvolvimento de novos produtos, substituição de matéria-prima redução de desperdício, melhoria ou desenvolvimento de embalagens e dificuldades no atendimento de requisitos técnicos.

Luiz Carlos Barboza terminou a palestra sugerindo vários itens de políticas públicas que podem ser implementados em benefício dos pequenos negócios. Entre eles, um incremento de esforços de difusão de informação tecnológica; ampliar e integrar os programas de extensão tecnológica; ampliar os instrumentos de acesso e uso das TIB (Tecnologias Industriais Básicas), como bônus metrologia, bônus certificação, propriedade industrial, e visão integrada do apoio financeiro a empreendedores inovadores.

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