Brasil e China devem aumentar comércio de automóveis

As negociações do Brasil com a China podem resultar no aumento das exportações brasileiras de automóveis para aquele mercado, além da transferência de tecnologia do carro a álcool e na área de aviação. Os chineses estão interessados em aumentar a mistura de álcool à gasolina e eventualmente em ter uma frota de veículos movidos a álcool, informou hoje o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, embaixador Sergio Amaral, após reunião com o vice-ministro da Comissão Estatal de Planejamento e Desenvolvimento da China, Zhang Guobao.

Neste contexto, os governos dos dois países vão discutir não só a questão da produção de álcool, mas a troca de equipamentos e tecnologia. ?O programa visa o desenvolvimento de tecnologias, trocas de informação e um eventual aumento do intercâmbio comercial de automóveis?, afirmou Sergio Amaral.

?O Brasil tem conseguido êxito na área da produção e aplicação da técnica do uso do álcool?, comentou Guobao. Por isso, explicou ele, o interesse da China em firmar acordos de cooperação com o Brasil, o que vem sendo discutido também entre o setor privado dos dois países. A comitiva chinesa reuniu-se também com representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). ?É um programa abrangente de intercâmbio?, disse Amaral.

?Tanto a China quanto o Brasil são importantes países em vias de desenvolvimento e tem mantido um relacionamento econômico e comercial muito amplo e favorável?, disse o ministro chinês. Ele previu que a economia chinesa deve manter o seu ritmo de crescimento na média dos 7% registrados nos últimos anos. Amaral disse que a economia brasileira também deve voltar a crescer a taxas consideráveis nos próximos anos.

Brasil e China estão discutindo também o intercâmbio nas áreas aeronáutica e siderurgia. A idéia, informou Amaral, é que a Embraer invista na China em parceria com a Avic2 (empresa chinesa) para fabricação de aviões em território chinês. ?Os entendimentos entre os governos progrediram bastante, o que nos leva a crer que será possível concluir, num espaço relativamente curto, esse entendimento?, afirmou o ministro brasileiro.

Os dois ministros anunciaram ainda a retomada da segunda fase do programa de lançamento conjunto de satélites. O CBERS 1 está em órbita desde outubro de 2000 e fornece informações sobre tipo de vegetação e solo, permitindo mapeamento de queimadas, desmatamentos, cultivos agrícolas, estudos geológicos e de ocupação e uso do solo. O lançamento do segundo módulo ainda não tem data prevista. Como no CBERS 1, o Brasil participará com um terço dos custos do projeto.

Outro convênio prevê uma parceria da Companhia Vale do Rio Doce e da Bal Steel, sua congênere chinesa. Em abril deste ano, as duas empresas assinaram um acordo para a produção de seis milhões de toneladas de minério de ferro. ?Todos os anos a China importa do Brasil 18 milhões de toneladas de minério de ferro, e esse número vai crescer ainda mais no futuro?, afirmou o vice-ministro chinês. O ministro Sergio Amaral anunciou, ainda, que as empresas estão realizando investimentos para a produção de placas de aço em São Luís, no Maranhão.

O ministro Sergio Amaral declarou o seu apoio pessoal a realização da Expo Mundial de 2010 em Xangai, mas informou que o Governo brasileiro ainda não decidiu o seu voto. ?Estou convencido de que a cidade reúne condições muito favoráveis, mas eu ainda preciso conversar com alguns colegas de Governo para que a decisão final possa ser tomada?, disse o ministro. O Brasil deve anunciar o seu voto no próximo mês.

Voltar ao topo