Brasil é acusado pelos Estados Unidos de explorar trabalho escravo

O Brasil foi definido, nesta quarta-feira (4), em um relatório oficial do governo norte-americano, como ?uma fonte de tráfico de mulheres e crianças, dentro do país e internacionalmente, com propósitos de exploração sexual, e também fonte de tráfico de homens para o trabalho forçado?. A análise dos abusos praticados contra trabalhadores no País espalha-se por três páginas do Trafficking in Persons Report (Relatório sobre Tráfico de Pessoas), divulgado pelo Departamento de Estado, em Washington.

Ao anunciar o documento – que tem 84 páginas e analisa a exploração de trabalhadores em 170 países – a secretária de Estado, Condoleezza Rice, advertiu que ?embora mais países estejam combatendo a exploração do trabalho sexual, os ousados tiranos que exploram suas vítimas raramente recebem punição séria?. Em uma de suas conclusões, o relatório afirma que o rápido crescimento de países como Brasil, Índia e China vem sendo conseguido à custa da exploração desses trabalhadores – que, no caso brasileiro, seriam utilizados em usinas de produção do etanol.

O governo brasileiro ?não preenche os padrões mínimos para a eliminação do tráfico?, diz o capítulo do relatório relativo ao País. ?No entanto, tem feito esforços nessa direção.? Eles partem de 931 centros de assistência, que cobrem 1.107 cidades. A investigação de abuso sexual contra crianças ?localizou e atendeu a 23.368 casos em 2007?. Mas o governo admite que há cerca de 250 mil crianças exploradas na prostituição.

A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o governo brasileiro tem apurado todas as denúncias sobre trabalho escravo e violação de direitos humanos que chegam a seu conhecimento. Os dados do Ministério do Trabalho, diz a assessoria, mostram que aumentou significativamente o número de trabalhadores resgatados de situações de trabalho análogas à escravidão.

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