BMG confirma autenticidade de aval de Delúbio

Rio (AE) – O banco BMG confirmou a autenticidade da carta enviada pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, à instituição mineira assumindo compromisso em ser "avalista e devedor solidário" de todos os empréstimos realizados pelo BMG a empresas do publicitário Marcos Valério e ao PT. O documento assinado por Delúbio o coloca como avalista de operações entre as companhias de Valério e o PT junto ao BMG e ao Banco Rural, que somam R$ 121 milhões, apesar de ter declarado à Polícia Federal patrimônio de apenas R$ 163 mil.

Por meio de seu advogado Sérgio Bermudes, o BMG informa que qualquer pessoa maior e capaz pode ser avalista. "Não precisa ter patrimônio para ser avalista. Todo o aval tem compromisso moral e responsabilidade patrimonial", afirma Bermudes. Segundo ele, a carta assinada por Delúbio é de 1º de julho de 2004, data que seria posterior a todos os empréstimos realizados pelo BMG a empresas de Valério e ao PT. "Mas aval pode ser dado a qualquer momento", admite. "Se eu te empresto R$ 100 tenho que avaliar que você terá, no mínimo, R$ 100 no caso de inadimplência. Tecnicamente é assim que funciona em todo o planeta", exemplifica o professor de mercado financeiro e de capitais do Ibmec, Suriman Junior.

Segundo ele, não há ilegalidade no fato de o BMG ter emprestado dinheiro e ter aceito como avalista uma pessoa que não tem capacidade de honrar futuras dívidas no caso de inadimplência. No caso, ele suspeita ter havido um jogo de influência política. "O BMG nunca imaginou que o empréstimo não seria honrado. Ou pela relação do banco dentro do governo ou pela influência de Marcos Valério", acrescenta.

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