Biodiversidade será discutida em encontro internacional em Curitiba

Curitiba (AE) – Um dos principais assuntos a serem discutidos na 8ª Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade Biológica (COP8), da ONU, em março de 2006, em Curitiba, é o relacionamento entre os países que possuem conhecimentos tradicionais e recursos naturais e os que têm conhecimento técnico e dinheiro para investir em pesquisas. A informação é da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que esteve hoje em Curitiba para assinar acordo definindo as ações que caberão ao governo federal, ao estadual e ao município no evento.

Os países em desenvolvimento e que ainda possuem recursos naturais pretendem saber como serão remunerados. "Aquilo que chamamos de justa partilha de benefícios", ressaltou a ministra. "É o pagamento pelo uso da biodiversidade quando leva alguma vantagem comercial, é a internalização da tecnologia e do conhecimento para o país de origem."

Há, no entanto, um grande obstáculo a ser vencido. Os Estados Unidos ainda não ratificaram a convenção, assinada por eles e por mais 187 países. "É um problema porque os Estados Unidos são potência, têm ação forte no uso dos recursos naturais e da biodiversidade dos demais países. O grande esforço é para que eles também venham a ratificar a convenção", disse a ministra. Ela acredita que representantes norte-americanos estarão em Curitiba. "Eles sempre participam, são bastante envolvidos no debate da mesma forma que participam nos fóruns de mudança climática não como membros, mas como observadores."

Na avaliação da ministra, a questão dos organismos geneticamente modificados deve ser muito discutida no evento que antecede a COP8, a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena (MOP3). Marina Silva voltou a criticar a lei aprovada pelo Congresso Nacional sobre o tema, considerada por ela "bastante permissiva". "No meu modo de ver a lei dificulta o modelo de coexistência, o que não significa que seja impossível."

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