Binômio de sucesso

As exportações de petróleo e álcool produzidos no Brasil suplantaram as vendas externas do setor automotivo. A participação desses produtos registrou 10,6% no ano passado e passou a ocupar a terceira posição no ranking do comércio exterior, perdendo apenas para alimentos e bebidas (16,6%) e metalurgia (11,4%).

É o sinal evidente da intensa procura mundial pelos chamados biocombustíveis, tanto para enfrentar a redução gradativa das reservas de petróleo, quanto para diminuir a emissão de gases do efeito estufa. E nesse particular, o Brasil dispõe de extraordinário potencial para desenvolver a indústria do etanol de cana-de-açúcar, com a vantagem da qualidade superior em comparação com o similar extraído do milho.

Há dez anos, o Brasil exportava apenas 5% do petróleo e do álcool produzidos internamente, mas hoje o percentual subiu para 27%. A elevação não foi puxada, no entanto, por uma virtual queda do consumo interno. Os analistas assinalam que houve um aumento significativo da produção nacional de combustíveis, facilitando a colocação do excedente no mercado internacional.

O fato marcante é comemorado pelo governo como uma relevante modificação da estrutura industrial do País, especialmente tomando como período de análise os últimos dez anos. Em conseqüência, a pauta de exportações brasileiras mudou sua fisionomia com o excelente desempenho desse novo binômio.

Os reflexos positivos já foram captados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), conforme relatou o boletim ?Visão do Desenvolvimento?, divulgado nesse final de semana pelo BNDES.

Investimentos maciços da Petrobras, aliados à alta dos preços internacionais da commodity permitiram o aumento da produção, tornando o petróleo o responsável direto da recente modificação. Reconhecido como alternativa mais viável para o combustível fóssil, a expansão do fabrico de álcool é a próxima etapa prevista pelo cenário econômico brasileiro.

No mesmo período houve o encolhimento de setores intensivos de trabalho, como os têxteis, confecções, calçados, móveis e produtos de metal, que em 1966 exportavam o triplo do volume de petróleo e álcool.

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