Bento XVI deve doar ou expor presentes em Roma

Uma Bíblia ecumênica em português, pesando quase 20 quilos e com 640 páginas ilustradas pelo especialista em pintura religiosa Carlos Araújo, um retrato feito pelo artista plástico paulistano Roberto Camasmie, uma escultura de Frei Galvão em madeira de Dito Santeiro e o mesmo santo retratado pela conterrânea e devota Maria Nazareth, de 85 anos, em pintura a óleo. Um enxoval completo em algodão egípcio com o bordado que já enfeitou os lençóis de Napoleão Bonaparte no século 18. Cartas, muitas cartas com pedidos, agradecimentos, relatos de milagres alcançados ou, simplesmente, palavras em homenagem ao papa. Esses são apenas alguns dos itens oferecidos a Bento XVI durante sua visita ao Brasil.

O papa não pode receber nada pessoalmente. Por isso, tudo foi exposto em uma sala de presentes montada no Mosteiro de São Bento, que foi visitada pelo papa – depois de devidamente inspecionada pela Polícia Federal. Os artigos foram sendo entregues desde a semana retrasada àqueles que teriam contato direto com o pontífice ou nos locais que ele visitou.

Na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, chegaram objetos típicos da Alemanha, Rússia, Filipinas, México, Guatemala, Argentina, Paraguai e Moçambique trazidos por quem viajou ao Brasil para ver o papa. Na basílica de Aparecida, foram entregues dezenas de presentes, alguns até por correio: dois livros sobre o centro religioso Vila de Guadalupe e uma escultura em porcelana do santo mexicano Juan Diego, enviados do México.

?Caberá ao papa decidir o que fazer com os objetos. Mas um avião não seria suficiente para levar tudo. Parte seguirá para o Vaticano, e parte será doada aqui mesmo, a quem ele determinar?, disse o prior do mosteiro, d. João Evangelista Kovas. Obras de arte costumam ser distribuídas pelas salas do Vaticano. Objetos de menor valor são doados a instituições da Igreja. Quem cuida da distribuição das doações é o arcebispo alemão Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício Cor Unum.

Voltar ao topo