BB admite atraso na liberação de recursos para safra 2004/05

 O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Ricardo Conceição, admitiu hoje a demora na liberação de recursos para investimento na agricultura nos primeiros meses do ano-safra 2004/05, que começou em julho. “A liberação de recursos não teve o fluxo que gostaríamos que tivesse tido”, afirmou Conceição. Segundo ele, a greve dos bancários em outubro e a falta de regulamentação do Banco Central para os empréstimos em investimentos dificultaram as liberações, cujos recursos são repassados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Banco do Brasil.

Conceição calculou que para Finame Agrícola e Moderfrota programa que visa a modernização do maquinário agrícola, a demanda reprimida é de cerca de R$ 170 milhões e mais R$ 66 milhões para outros programas de investimento que devem ser liberados pelo BNDES nos próximos dias. “O fluxo não seguiu normalmente no começo do ano-safra e houve um nó entre as remessas do BNDES para o Banco do Brasil. Foi um soluço que passou”, comentou o diretor de Agronegócios da instituição, Derci Alcântara. O diretor disse, no entanto, que o fluxo será normalizado nos próximos dias.

Entre julho e novembro, a expectativa é de que o Banco do Brasil libere R$ 1,55 bilhão para linhas de investimento. Esse montante significa incremento de 24% em relação ao R$ 1,25 bilhão em igual período de 2003. Alcântara admitiu que pode sobrar dinheiro do Moderfrota e que tem disponíveis R$ 5,5 bilhões para o ano-safra 2004/05. Na safra 2003/04, o aporte total do Moderfrota foi de R$ 2,25 bilhões. “Não há demanda reprimida para tanto. Os recursos destinados inicialmente ao Moderfrota poderão migrar para outros programas”, observou o diretor.

Ele considerou, ainda, que há um limite para modernização do parque agrícola, ou seja, um produtor que investiu na compra de um trator ou de uma colheitadeira, não deve voltar a comprar o mesmo produto por um determinado período de tempo.

Custeio

O BB vai oferecer R$ 5 bilhões aos agricultores neste mês. Desse total, a maior parte vai para custeio da lavouras, cujo volume totalizará R$ 3,520 bilhões. Outros R$ 630 milhões irão para investimento e o restante – R$ 850 milhões – para políticas de apoio à comercialização. Somente para a agricultura familiar estarão disponíveis R$ 920 milhões, dos quais R$ 680 milhões para custeio e R$ 240 milhões para investimentos.

Com a liberação dos recurso em novembro, o Banco do Brasil atingirá o montante de R$ 15,5 bilhões liberados no ano safra atual, com aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano safra anterior, quando o banco liberou R$ 12,3 bilhões para a agricultura.

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