Bastos reage e diz que Polícia Federal não será usada eleitoralmente

O ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos reagiu nesta terça-feira (19), no Rio, aos apelos da oposição para que a Polícia Federal exiba o dinheiro apreendido com os envolvidos na negociação de dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Ele afirmou que não vai deixar a Polícia Federal ser usada eleitoralmente. Segundo o ministro, a Polícia Federal faz um trabalho isento e precisa investigar o caso com calma, ao lado do Ministério Público e da Justiça.

"O que se quer é gerar imagens para prejudicar claramente a campanha do presidente Lula, que está com 50% dos votos", disse o ministro, após a abertura da Assembléia Geral da Interpol, no Forte de Copacabana. "As pessoas precisam entender que o Brasil mudou. Não é mais como naquele tempo em que se faziam imagens para jogar na tevê e destruir candidatura", disse.

Sobre o questionamento da isenção da Polícia Federal para conduzir a investigação, feito pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, o ministro respondeu: "o senador Bornhausen não tem passado para falar isso". Perguntado pelos jornalistas se até agora as investigações indicam um esquema montado pelo PT contra o PSDB, o ministro respondeu que "há um caminho nessa direção". No entanto, ressaltou que seria apenas um grupo dentro do partido.

Bastos contou ter conversado com o presidente Lula sobre as suspeitas em torno de um de seus assessores, Freud Godoy. Segundo o ministro, o presidente não acredita no envolvimento dele (de Godoy), mas o assessor será investigado. De acordo com o ministro, Lula reagiu com indignação porque tem uma trajetória "de abominação de dossiês". E citou como exemplo o dossiê Cayman oferecido à Lula no passado com falsas informações sobre os tucanos Fernando Henrique Cardoso, Sergio Motta, e José Serra. "Quando o presidente estava para perder as eleições, ele não usou (o dossiê). Agora que ele está com eleição praticamente ganha, não tem lógica que o presidente estivesse sabendo de uma coisa dessas", disse.

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