Bastos promete aprofundar colaboração com São Paulo

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informou que levará amanhã ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo, um novo plano, com um conjunto de novas medidas, em encontro marcado para as 15 horas, no Palácio dos Bandeiras, na capital paulista. Por questão de segurança, Bastos não quis antecipar quais serão as medidas, mas explicou que terão o sentido de aprofundar a colaboração do governo federal "para que São Paulo supere a grave crise de segurança pública."

Bastos deu a informação após reunião de emergência no Ministério da Justiça, com a cúpula de todos os órgãos de segurança federais e com os comandantes das Forças Armadas. O ministro descartou a possibilidade de intervenção federal em São Paulo. "Não há, no horizonte, a menor possibilidade", afirmou.

Ele explicou que a reunião teve o objetivo fazer uma avaliação do quadro de segurança em São Paulo e levantar as medidas de cooperação que serão levadas para a reunião com Lembo. "Temos a firme disposição de intensificar a cooperação no enfrentamento do crime e da situação de insegurança que está aterrorizando o povo de São Paulo, mas não há nenhum um tipo de confronto com o governo do Estado", afirmou Thomaz Bastos. Ele disse que são medidas importantes e que o governador "vai gostar e, certamente vai querer implementá-las.

Ministro nega elo PT-PCC

Bastos rejeitou com veemência as declarações do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), do candidato a vice-presidente José Jorge (PFL) e do candidato a governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que levantaram a suspeita de que o Partido dos Trabalhadores, por interesse eleitoral, estaria por trás dos atentados praticados por criminosos comuns em São Paulo. "A segurança é tão séria que não pode ser objeto de guerra eleitoral. Segurança pública tem que ser tratada com impessoalidade. Há gente morrendo, sofrendo, vivendo a angústia de não saber o amanhã. É um absurdo que se queira transformar essa crise em ponto de apoio para se obter vantagem eleitoral. É descabido."

Thomaz Bastos ainda disse que a colaboração com o governo de SP já vem ocorrendo. "A ajuda foi aceita pelo governador Cláudio Lembro e já está acontecendo, nas áreas de inteligência, equipamentos e informação." O ministro disse que, embora a situação seja muito grave, o governo de São Paulo tem a capacidade de "manejá-la".

Bastos respondeu ainda às declarações irônicas do secretário Saulo de Castro Abreu sobre a oferta de ajuda da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal para combater a violência em São Paulo. O ministro afirmou que a Polícia Federal foi reaparelhada e modernizada e que o resultado é que ela tem realizado "centenas de operações absolutamente exitosas, desmantelando quadrilhas perigosas, inclusive de narcotraficantes, sem disparar um tiro, o que credencia a corporação a auxiliar São Paulo neste momento de crise aguda." Bastos reafirmou que o presídio federal de segurança máxima no município de Catanduvas, no Paraná, está preparado para receber os presos mais perigosos de São Paulo e explicou que a Força Nacional não é uma tropa do governo federal, lembrando que o grupo de policiais foi muito útil na solução na solução de crises agudas no Espírito Santo e em Mato Grosso do Sul.

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