Barbaridades nas estradas

Duas cenas surpreenderam os telespectadores que assistiram os principais canais de TV no fim de semana. Pego bêbado e dirigindo, um cidadão do Rio Grande do Sul não conseguia acertar com a própria boca o canudo do bafômetro. Outro, também embriagado, foi preso em flagrante por tentativa de suborno. Parecia não ser surpresa que o número de acidentes no feriado prolongado de Corpus Christi tenha sido recorde em todo o Brasil – no Paraná, foram 326 acidentes com 23 mortes.

A ?equação? das tragédias é simples: é só somar estradas em péssimas condições, alta velocidade, falta de segurança e bebidas alcoólicas. O resultado foi o que se viu nas rodovias estaduais e federais – cenas de extrema tristeza, vidas sendo perdidas estupidamente, famílias divididas da pior maneira possível.

Depois da ?Operação Tapa-Buraco? e da proibição (que já caiu) da venda de bebidas na beira das estradas, não se viu iniciativa clara do poder público para reduzir os acidentes. Ao mesmo tempo, os carros ficam cada vez mais modernos e velozes. E, para completar, alguns motoristas vão para a estrada sem o menor preparo, sem a menor educação. E apenas um irresponsável pode gerar centenas de acidentes.

Mas o problema principal está nas vias. Há pedágios por todos os lados, há promessas locais de criação de novas estradas, há sonhos federais de reformas profundas. Mas, de real, há buracos, falhas nos acostamentos, placas apagadas ou enferrujadas e curvas perigosas sem sinalização. Quando chove ou quando há neblina tudo piora consideravelmente.

A recuperação completa das estradas brasileiras é uma utopia – não só custa caro como não passa pela cabeça dos governantes, que, não raro, preferem realizar obras em períodos eleitorais. É urgente a necessidade de obras nas principais rodovias, onde passam a maior parte da nossa produção agrícola e são rotas de viajantes e turistas.

É dinheiro em jogo.

São muitas vidas em jogo.

É o futuro do sistema viário brasileiro em jogo.

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