Bambu protege lavouras com baixo custo

Muitos produtores de hortifrutigranjeiros não temem mais as geadas durante o inverno porque recorrem à técnica da plasticultura para proteger a produção e evitar os prejuízos decorrentes do clima. Essa técnica, porém, não é barata e por isso muitos agricultores, que estão na faixa da linha da pobreza e que moram em propriedades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), não conseguem acessá-la.

O que esses agricultores não sabem é que essa proteção dos canteiros com hortifrutigranjeiros pode ser feita com bambu, material disponível e fácil de ser plantado na maioria das bioRegiões do Estado. Para disseminar essa técnica, o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia está promovendo o curso ?Aproveitamento Sustentável do Bambu no Estado do Paraná?.

A técnica é pouco conhecida no País e, para formar conhecimento nessa área, o Centro de Agroecologia em parceria com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) buscaram o arquiteto e permacultor paraguaio, Guilhermo Gayo, que tem renome internacional e grande divulgador da cultura do bambu no mundo, para ministrar o curso, que está terminando hoje (7), no Parque Newton Freire-Maia, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.

A permacultura é uma das linhas da agricultura ecológica, especializada em desenhos de assentamentos sustentáveis, por meio de bioconstruções ou construções ecológicas, cujo objetivo é resgatar essa cultura pela sua utilização e proporcionar ganhos sociais, ambientais e econômicos às regiões onde seu aproveitamento sustentável é estabelecido.

Estão participando do curso representantes de regiões de baixo IDH e funcionários dos 17 colégios agrícolas do Estado, que foram contactados pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geociências do Estado do Paraná e pela Secretaria da Educação. O curso também tem a participação das Faculdades Integradas Espírita (Fies), que fornece o apoio pedagógico, e o arquiteto paranaense Bruno Fade, da Arquitetura Viva.

O curso, desenvolvido em dois módulos, ensina tipos de corte, conservação, tratamento e estocagem e também as aplicações práticas do bambu, como sistemas de condução de água, tratamento de águas residuais, confecção de móveis, paisagismo, cortinas quebra-vento a estufas, túneis e moradias. Utilizando um recurso local, conceito-base da sustentabilidade, pode-se conseguir ganhos econômicos, uma vez que o material é leve, resistente e saudável.

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