Avicultura do Paraná atinge produção recorde em 2003

A avicultura do Paraná fecha o ano de 2003 com a maior produção da sua história. Até novembro, os abates de carne de frango totalizaram 1,479 milhão de toneladas – igualando o volume produzido em todo o ano de 2002.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, estima que a produção feche o ano com incremento de 12% em relação ao ano passado, ultrapassando 1,65 milhão de toneladas e consolidando a liderança do Estado no ranking nacional, com 20% de participação. Para 2004, as perspectivas do setor são mais otimistas. ?Se o PIB brasileiro crescer 3,5%, a avicultura do Paraná deve crescer 16%?, disse Martins.
 
Segundo o presidente do Sindiavipar, o bom desempenho do setor neste ano foi puxado pelas exportações, já que o consumo no mercado interno ficou estável. As vendas externas de carne de frango e produtos industrializados totalizaram 468 mil toneladas de janeiro a novembro, 30% acima do mesmo período do ano passado.

Já a receita das exportações paranaenses de frango atingiu US$ 418,9 milhões, um crescimento de 34,4% sobre o mesmo período do ano passado. O Paraná é o terceiro maior exportador brasileiro de frango, com 25,77% do volume total nacional. Santa Catarina representa 34,25% e Rio Grande do Sul 27,64%. Em faturamento, os percentuais são semelhantes: Santa Catarina (34,02%), Rio Grande do Sul (27,15%) e Paraná (25,39%).

Para 2004, ?na pior das hipóteses, devemos repetir o mesmo valor exportado em 2003?, disse Martins. Segundo ele, o número de países que compram frango do Paraná deve passar dos atuais 100 para mais de 130 no final do ano que vem. ?Países que nunca importaram do Paraná, como os africanos e da antiga União Soviética estão comprando nossos produtos em função da qualidade, competitividade e facilidade logística do Estado, que pode exportar pelos portos de Paranaguá, Antonina e Santa Catarina?, destaca o presidente do Sindiavipar.

?O Paraná tem condições de ser o maior exportador, em curto espaço de tempo?. Em 2004, ele estima que 33% da produção paranaense seja destinada ao exterior – contra 27% atualmente. Das 30 avícolas instaladas no Estado, 19 estão habilitadas a exportar.

No mercado interno, Martins comentou que a expansão das vendas está condicionada à uniformidade tributária. ?Hoje, o Paraná paga 7% de ICMS porque o frango está na cesta básica, enquanto a alíquota em outros estados do Norte e Nordeste chega a 18%. Se o diferencial for só o frete, temos condições de colocar o frango paranaense no prato de todos os brasileiros?, ressaltou.

?Se tivermos equilíbrio tributário, o consumo de frango pode dobrar no País?, acrescentou o presidente do Sindiavipar, salientando que a produção do Paraná, que atingiu o recorde de 76 milhões de cabeças abatidas em outubro, pode chegar a 100 milhões de cabeças mensais dentro de dois ou três anos.

Investimentos

Para dar conta das perspectivas de ampliação no consumo, Martins informou que os investimentos das indústrias avícolas em 2004 serão maciços. ?Todos os abatedouros estão ampliando e automatizando suas salas de cortes. Os novos mercados procuram produtos de menor valor adicionado, mas a tendência é que os países mais ricos passem a comprar cada vez mais produtos de maior valor?, relata Martins.

Enquanto a tonelada de frango inteiro sai por US$ 870, a de filé chega a US$ 3 mil. De acordo com Martins, cada R$ 1 milhão investido na avicultura abre 250 empregos diretos e indiretos. O setor emprega hoje em torno de 600 mil pessoas no Estado. ?A avicultura tem muita tecnologia, mas também diversas atividades que não podem ser robotizadas?, explica.

As estatísticas da avicultura paranaense estão disponíveis no site www.sindiavipar.com.br, lançado em novembro.

Voltar ao topo