Ave ameaçada passa por contagem no Paraná

Uma das espécies mais ameaçadas de extinção do País, o papagaio-de-cara-roxa há tempos é motivo de preocupação para estudiosos no litoral do Paraná.

Entretanto, mesmo com a diminuição evidente de espécimes nas últimas décadas, a boa notícia é que a população desses animais, também conhecidos como chauás, vem se tornando estável.

Um grupo de 25 biólogos ligados à Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) realizou um censo para verificar a situação do pássaro na mata atlântica do Estado.

O levantamento dá conta de que 4 mil papagaios habitam o litoral do Paraná. A equipe passou três dias contando os animais. O estudo deste ano verificou uma baixa de cerca de 800 indivíduos em relação ao ano passado.

O número, porém, pode não significar a diminuição da população. É que, de acordo com a bióloga Elenise Angelotto Sipinski, o tempo frio não colaborou com a contagem. ?Dependendo do clima, existe uma concentração maior ou menor de indivíduos nos dormitórios coletivos. No outono a concentração é maior, mas dessa vez o tempo esfriou e a contagem não foi tão precisa?, avalia.

A estimativa da bióloga é de que existam aproximadamente 5 mil papagaios-de-cara-roxa em todo o Paraná. No Brasil, ainda restam cerca de 6,7 mil aves do tipo nas regiões de mata atlântica de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. ?Em dez anos, a gente vem fazendo vários censos e monitorando o número de papagaios. A idéia é contar cada indivíduo que chega nos dormitórios para ter uma noção da quantidade de papagaios.?

Sipinski salienta a importância de ações inibidoras dos fatores que contribuem para a diminuição do número de pássaros. Para ela, o comércio ilegal ainda é o que mais influencia no processo de extinção. ?Esse comércio acaba incentivando que ninhos sejam saqueados?, diz.

Para os estudiosos, a preservação do habitat desses animais é fundamental para a perpetuação da espécie. ?É preciso um trabalho paralelo de conservação do ambiente. Quanto maior a área propícia para a sobrevivência dos papagaios, maior a chance de preservá-los.?

A bióloga ressalta a importância do apoio a projetos de educação ambiental e considera que a participação da iniciativa privada é fundamental para que o trabalho de preservação continue. ?Um projeto dessa proporção implica em um orçamento que gira em torno de R$ 200 mil a R$ 300 mil reais. É preciso contratar profissionais, arcar com despesas de viagens, além das ações de campo?, contabiliza.

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