Tecnologia bicombustível chega à Kombi

ja812.jpgNo ano que vem, quando completar 49 anos de produção no Brasil, a ?Velha Senhora?, como é apelidada a Kombi pelos funcionários da Volkswagen, o mais antigo veículo do mercado brasileiro ainda em produção, ganhará propulsor 1.4 bicombustível.

Em 1947, logo no começo do pós-guerra, a VW alemã desenvolveu um projeto utilizando o mesmo motor do Fusca para transportar carga. O conceito estava criado, porém, nem de longe esse veículo, mal-acabado, se parecia com o que a Kombi iria se tornar. Três anos mais tarde, a Kombi era criada e ajudava a reconstrução de uma Europa destruída. No Brasil, ela só foi aparecer em 1957, e de lá pra cá nunca mais saiu do mercado, se tornando o automóvel mais antigo do mercado nacional, com o detalhe de ser líder de venda de seu segmento desde o seu lançamento.

ja814.jpgRecentemente a Volkswagen apresentou à imprensa especializada o modelo com tecnologia Total Flex, mas suas vendas só começam em meados deste mês. A nova motorização refrigerada a água ?aposenta? o antigo motor 1.6 arrefecido a ar, e é baseada no 1.4 a gasolina usado, até então, exclusivamente no Fox Europa.

O objetivo da VW, com a introdução do novo motor, é reduzir o nível de emissão de poluentes na atmosfera, promovendo adequação do carro às novas regras nacionais.

Aproveitando a introdução do propulsor 1.4 na Kombi, a Volkswagen promoveu uma leve reforma visual na perua. Por fora, a Kombi preserva praticamente intocada suas famosas linhas.

Externamente, a grade dianteira passa a envolver o radiador, detalhe que se fez necessário pela adoção do motor arrefecido a água. Além disso, a traseira ganhou adesivo com a inscrição ?Total Flex?.

Na parte interna, o painel de instrumentos ganhou novo ?cluster?, inspirado na linha Fox e também utilizado nos modelos da família Gol. Fora essas mudanças, a Kombi permanece com as linhas arredondadas de seu estilo original. Na cabine, por exemplo, o utilitário ainda conta com soluções incorporadas em 1957, como quebra-vento e acionamento do freio de mão no console central.

A Volkswagen lançou recentemente a Série Prata, uma edição limitada com os últimos motores refrigerados a ar no mundo, o que vai deixar muita saudade aos mais nostálgicos. (BN)

OLHO CLÍNICO

ja821.jpgO novo motor só trouxe melhorias, a um custo que não foi repassado ao consumidor, ou seja, a Kombi continua com os mesmos preços praticados com o motor a ar, o que deve fazer suas vendas e participação no mercado aumentarem.

Produzido na planta de São Carlos (SP), o motor EA-111 1.4 8V Total Flex é derivado do usado no Fox Europa. A unidade é equipada com tecnologia bicombustível e, utilizando apenas gasolina, rende 78 cavalos, 34% a mais do que no propulsor a ar, e 12,5 kgfm a 3.500. Com 100% de álcool, a potência sobe para 80 cv e o torque chega a 12,7 kgfm, também a 3.500 rpm. Segundo a Volkswagen, no caso do combustível vegetal o rendimento é 25% superior ao da antiga motorização. Segundo a montadora alemã, a opção por uma cilindrada menor do que a 1.6 buscou reduzir o consumo e, ao mesmo tempo, aprimorar o desempenho.

ja822.jpgA Kombi Total Flex, com 100% de gasolina, segundo a Volkswagen, acelera de 0 a 100 km/h em 16,6 segundos, quase 10 segundos mais rápido do que a perua equipada com motor a ar. Apenas com álcool no tanque, o modelo precisa de apenas 16,1 segundos. A velocidade máxima, ainda de acordo com a VW, é 130 km/h, independente do combustível usado. A montadora informa que o consumo urbano, quando a Kombi bebe gasolina, é 10,4 km/l. Na cidade, o veículo faz 11,8 km/l. E com 100% de álcool, o consumo fica em 7,1 km/h na estrada e 8,6 km/l em ciclo rodoviário.

ja824.jpgDirigir uma Kombi é uma experiência, a princípio, estranha, pelo menos para quem está acostumado a dirigir carros convencionais. No caso da perua, o motor fica na parte traseira, e portanto não há capô. Por isso, a posição de dirigir, alta, deixa o motorista mais próximo da pista. Durante a avaliação, realizada nas vizinhanças de Curitiba, chamou a atenção o nível de ruído interno, que melhorou consideravelmente, perdendo aquela típica vibração gerada pelo motor a ar, que contribuía para que os ocupantes da perua lembrassem do famoso fora de linha Fusca.

Conseguimos chegar aos 90 km/h, mas tomando cuidado, porque o carro é alto e, portanto, mais predisposto ao capotamento do que os veículos de passeio. Deu para perceber que a Kombi agora trabalha melhor em rotações mais baixas. O ambiente na cabine, com suas soluções cinqüentenárias, não é o que pode se chamar de agradável. Porém, os consumidores da perua usam o carro essencialmente para o trabalho, e preferem valorizar o custo-benefício ao conforto. (BN)

FICHA TÉCNICA

Motor: traseiro, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro

Cilindrada: 1.390 cm³

Potência: 78 cv a 4.800 rpm (gasolina) e 80 cv a 4.800 rpm (álcool)

Torque: 12,5 kgfm a 3.500 rpm (gasolina) e 12,7 kgfm a 3.500 rpm (álcool)

Câmbio: manual, de quatro marchas

Comprimento: 4,50 m

Largura: 1,72 m

Altura: 2,04 m

Entre-eixo: 2,40 m

Capacidade de carga: 1.000 kg

Peso: 1.297 kg

Suspensão: independente, braço duplo longitudinal, barra de torção e barra estabilizadora na dianteira; independente, braço transversal e longitudinal e barra de torção na traseira

Freios: dianteiros a disco e traseiros a tambor

Tanque: 45 litros

Preço: R$ 36.192,00

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