Ranger e S10: um duelo de titãs

A Ford Ranger foi reestilizada recentemente e ganhou vida nova para tentar desbancar do trono uma de seus principais concorrentes, a Chevrolet S10. Porém, o líder de mercado também foi recentemente atualizada para continuar seu reinado.

Neste comparativo, colocamos frente a frente detalhes das picapes mais cobiçadas do Brasil. Quem será que se deu melhor? Os modelos comparados foram o XLT, versão intermediária da Ford, e o Sertões, série especial da Chevrolet que homenageia a competição “off-road” do Brasil que leva o mesmo nome.

Limitada a 1.000 unidades, essa série é baseada na S10 Colina, a versão de entrada da linha 2005. Porém, ambas possuem cabine dupla, motor 2.8 turbodiesel, tração nas quatro rodas e têm preços semelhantes: R$ 84.000,00 custa a Ranger e R$ 82.490,00 é o preço da S10. Mesmo com “designs” distintos, os dois veículos chamam muita atenção por onde passam. A Ranger, por causa da mudança, ainda é pouco conhecida. Com sua frente mais alta e robusta, ela se impôs no trânsito da capital e abriu caminho sem problemas. Até caminhões abriram passagem.

O santantônio e os estribos laterais cromados, aliados com a cor preta do veículo e com os adesivos “Sertões” atraíram olhares curiosos, especialmente de quem estava ao volante de uma outra S10 mais antiga. Internamente, a Ranger oferece a seus ocupantes mais conforto. Auxiliado pelo banco mais confortável, com ajuste de altura, o motorista encontra mais facilmente uma boa posição para dirigir. O ajuste de altura do volante também contribui para isso. No banco de trás, porém, o espaço é reduzido – mesmo assim, é um pouco melhor que a da S10.

Na S10, os encostos são fixos e não há apoio para braços. O motorista viaja melhor que os passageiros: conta com regulagem de altura do volante e ajuste lombar do banco. No painel, o quadro de instrumentos da Ranger é mais completo que o da concorrente, tendo a mais os indicadores de pressão do óleo e da carga da bateria. As soluções de espaço na cabine da Chevrolet não são muito práticas.

A principal dificuldade de quem roda com uma picape dessas no trânsito urbano, como esperado, é estacionar. A Chevrolet S10 tem 5,25 m de comprimento e a Ford Ranger, 5,14 m. Pode até ser difícil achar vagas e manobrar, mas esse é o preço que pagam – felizes – os proprietários dessas caminhonetes. Mas como gosto não se discute…

FICHA TÉCNICA

Ranger

 

S-10

2.8 L Power stroke

Motor

2.8 DTI – MWM

135 cv/3.800 rpm

Potência

132 cv/3.600 rpm

38,2 mkgf/1.600 rpm

Torque

34,0 mkgf/1.800 rpm

19,5:1

Tx Compressão

17,8:1

2 por cilindro

Válvulas

3 por cilindro

4 em linha

Cilindros

4 em linha

Diesel

Combustível

Diesel

160 km/h

Velocidade max.

171 km/h

60 litros

Tanque

67 litros

1.050 kg

Carga útil

1.034 kg

Ranger arranca melhor, mas S10 é mais rápida

Mesmo com caçambas reduzidas por causa da cabine dupla, ambas têm boa capacidade de carga. A caçamba da Chevrolet é maior e mede 1,47 m de comprimento, 1,43 m de largura e 43 cm de altura, podendo levar até 1.034 kg de carga. As medidas da Ford são 1,46 m de comprimento, 1,37 m de largura e 42 cm de altura. Porém, a picape da Ford pode levar um pouco mais de peso do que a concorrente: 1.070 kg.

Na estrada, a Ranger transmite mais segurança ao motorista. Sua nova suspensão deixou o veículo com comportamento mais estável que a Chevrolet. Os freios da Ford também são mais eficientes que os da concorrente, embora as duas picapes tenham o mesmo sistema: freios a disco ventilado e tambor, com ABS. Os da S10 demoram em responder, dando uma sensação ruim de que o veículo não vai parar.

Como itens de série, a Ranger vem equipada com direção hidráulica, ar-condicionado, trio elétrico (retrovisores, vidros e travas), “brake-light”, faróis de neblina, janela traseira corrediça, ajuste de altura do banco do motorista e do volante e, para a segurança, “airbag” duplo e ABS nas rodas traseiras. A série especial Sertões vem de série com “brake-light”, faróis de neblina, ar-condicionado, direção hidráulica, vidro da janela traseira corrediço, ajuste lombar do banco do motorista, ajuste de altura do volante, trio elétrico, estribos laterais e santantônio cromados. Como item de segurança, ela conta apenas com o ABS nas rodas traseiras. Para espanto do consumidor, esta série especial não tem “airbag” sequer como opcional.

No duelo dos motores 2.8, o Power Stroke da Ford leva vantagem sobre o “intercooler” da Chevrolet. Equipado com turbocompressor de geometria variável, o motor da Ranger desenvolve 135 cv de potência a 3.800 rpm e 38,2 mkgf de torque a 1.400 rpm, enquanto o da S10 tem 132 cv a 3.600 rpm e 34,0 mkgf de torque a 1.800 rpm com turbo tradicional. A diferença parece pouca, mas na prática

é perceptível – especialmente na cidade. Quando carregados, o maior poder de arrancada da Ford facilita nos trabalhos pesados. Porém, nos números de performance, vantagem para a Chevrolet. Sua velocidade máxima é de 171 km/h e acelera de 0 a 100 km/h, segundo o fabricante, em 13,2 segundos. A Ranger atinge 160 km/h de máxima e precisa de 13,5 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, de acordo com informações da montadora. Os dois motores demonstraram grande disposição para o trabalho pesado, mas a picape Ford venceu a comparação, por ser mais silencioso e por apresentar um consumo melhor.

O acionamento da tração nas quatro rodas, nos dois veículos, é muito simples. Na Ranger é feito por um botão giratório no painel e na S10 existem três teclas, sendo uma para a 4×2, outra para a 4×4 “high” e mais uma para a 4×4 “low” (reduzida), também ao lado do volante.

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