Pneu provisório é só um quebra-galho

Cada país tem a sua cultura automotiva. Entre as características específicas do mercado brasileiro, está a de que o estepe tem que ser igual ao de uso. A maioria dos motoristas brasileiros acha que o pneu reserva tem que desempenhar o mesmo papel dos de uso, mesmo que o condutor se esqueça de passar no borracheiro e precise rodar mais algumas centenas de quilômetros ou passar a semana toda com o pneu furado no porta-malas.

Mas devido à presença cada vez maior de importados no Brasil, nossos motoristas estão convivendo, desde o começo da década de 1990, com uma nova realidade no porta-malas: a do pneu de emergência (estepe), também chamado de temporário ou provisório.

As características desse tipo de pneu são: a largura, pois eles são mais finos, e o tipo de construção, que são diagonais. O material da roda é feita em aço. E avisos na cor amarela, lembram o motorista para não ultrapassar a velocidade máxima de 80 km/h. Este tipo de pneu está presente em vários modelos importados, de origem européia, americana, argentina, mexicana, e de países asiáticos.

Os pneus de emergência surgiram da necessidade de se ganhar espaço no porta-malas e de acompanhar o aparecimento de grandes aros de rodas. Antes, a maioria dos veículos usava aros de 14 e 15 polegadas e atualmente são muito comuns o uso de rodas de 17,18, 19 polegadas.

Imaginem arranjar espaço no compartimento de bagagens para guardar um conjunto roda/pneu deste tamanho. Com relação à questão do custo, o preço desse tipo de pneu é de 5% a 10% mais caro que os normais, pois são fabricados em escala bem menor.

De acordo com o engenheiro da Fiat Automóvis, Carlos Henrique Ferreira, o motorista brasileiro usa muito o estepe no rodízio e um pneu igual ao de uso acaba sendo conteúdo para ele.

“Fizemos algumas clínicas e o mercado não foi receptivo. Por exemplo, na Itália, o Punto usa pneu temporário e aqui, não”, compara. Ou seja, quando chega a hora de trocar os pneus, o consumidor inclui o estepe no novo jogo e compra apenas mais um (se for necessário trocar dois) ou mais três (se forem os quatro), guardando um dos usados para estepe.

Mas o brasileiro que comprar um veículo com esse tipo de pneu, deve ficar atento quando precisar usá-lo, pois desprezar os limites de velocidade máxima (de 80 km/h) e de percursos curtos pode ser fatal. Se o motorista insistir em ultrapassar esse limite, ele pode estourar e provocar um grave acidente. Quanto a reparos, o temporário pode ser consertado da mesma forma que um pneu convencional sem câmera.

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