Linha 2013 da Honda CB 300R é bicombustivel

Lançada em 2009, a Honda CB 300R veio para substituir a CBX 250 Twister no segmento naked de baixa cilindrada da marca japonesa. Para enfrentar a Yamaha YS 250 Fazer, sua concorrente direta, a Honda equipou o modelo com injeção eletrônica e aumentou em 50cc a capacidade cúbica do motor da Twister. Desde então, a CB 300R praticamente não mudou e vem dominando os emplacamentos da categoria. Em 2012, segundo dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos), a pequena naked da Honda vendeu mais que o dobro do que sua rival da Yamaha: foram emplacadas 57.471 unidades da CB 300R contra 25.640 da Fazer 250. A versão com freios C-ABS (Combined Anti-Lock Brake System), lançada em 2010, deixou a mini naked ainda mais isolada na primeira posição do ranking de licenciamentos.

Doni Castilho / Agência Infomoto

A linha 2013 foi apresentada no final do ano passado com algumas alterações estéticas e uma única e importante mudança tecnológica. Seguindo as tendências atuais de sustentabilidade e os movimentos pró meio ambiente, a Honda equipou a “CBzinha” com o sistema bicombustível, ou seja, a moto é capaz de rodar com etanol, com gasolina ou com a mistura dos dois em qualquer proporção. Entretanto, a fabricante aconselha o motociclista abastecer o tanque de combustível com no mínimo 20% de gasolina para não haver problemas nas partidas em dias frios. A partir de agora toda CB 300R que sair da linha de produção de Manaus (AM) está disponível apenas com a tecnologia Flex.

Visual 2013

As mudanças estéticas não são muitas, mas deixaram o já consagrado conjunto ainda mais harmonioso. A grande novidade no design ficou por conta da adoção de um defletor lateral da mesma cor da moto integrado ao tanque de combustível que, aliás, aumentou sua capacidade para 18,4 litros (5,4 litros de reserva). A medida serviu para compensar a menor autonomia do etanol. A lente das luzes sinalizadoras agora é transparente e não mais amarela como na versão anterior. Na parte de trás, a naked de baixa cilindrada não sofreu alterações e continua com a mesma configuração: lanterna com rabeta curta, banco em dois níveis e alças para a garupa em alumínio.

O painel de instrumentos também é o mesmo do modelo anterior, mas ganhou uma nova luz de advertência. Traz conta-giros analógico, um display digital com velocímetro, hodômetro total e parcial, marcador de nível de combustível, luzes da injeção eletrônica, neutro, farol alto e sinalizadores de direção. A novidade fica por conta da luz indicadora com o símbolo da bomba de combustível, que visa auxiliar o condutor sobre o funcionamento do sistema Flex. A luz se acenderá quando houver mais de 80% de etanol no tanque e a temperatura do motor estiver abaixo dos 15ºC. Nestas condições, segundo a montadora, pode haver dificuldades para o motor ligar. Durante os primeiros dias de teste rodamos somente com etanol e a luz não se acendeu. Porém, nas manhãs mais frias, o motor sentiu certa dificuldade para ligar e “engasgou” um pouco nos primeiros minutos. Mas, depois de o propulsor aquecer, voltou a trabalhar normalmente.

Desempenho e consumo

Equipada com um motor monocilíndrico DOHC (duplo comando de válvulas no cabeçote) de quatro válvulas, arrefecimento a ar e 291,6 cm3 de capacidade, a CB 300R Flex gera torque de 2,82 kgf.m a 6.500 rpm e potência de 26,53 cv a 7.500 rpm com gasolina. Estes valores mudam para 2,86 kgf.m a 6.500 rpm e 26,73 cv a 7.500 rpm quando abastecida com etanol. Na prática, os números não exercem uma diferença significante de desempenho. Porém no consumo de combustível há uma grande divergência. Foram 12,77 litros de etanol para rodar 186,3 km na cidade e em rodovias, e 183,9 km nas mesmas condi,ções com 7,22 litros de gasolina. Fazendo as contas, isso dá 14,5 km/l com o extrato de cana de açúcar e 25,4 km/l com o combustível fóssil.

Analisando o preço dos combustíveis (de acordo com levantamento da ANP Agência Nacional do Petróleo na cidade de São Paulo), a gasolina pode ser encontrada em média por R$ 2,727 e o etanol a R$ 1,942. Portanto, colocando a mão na carteira, desembolsamos R$ 24,79 para rodar os 186,3 km com o biocombustível e R$ 19,68 para andar 183,9 km com a gasolina. Levando em consideração o consumo que tivemos, o motociclista gasta cerca de R$ 0,13 por km com o etanol, enquanto que com a gasolina cada km consome R$ 0,10. Ou seja, com o atual preço do etanol, não valeria a pena utilizar o combustível “verde”.

Apesar de a marca não ter divulgado nenhuma alteração técnica na moto, o fato é que o motor da CB 300R Flex ficou muito mais “redondo” e mais gostoso de tocar. Na cidade, a mini naked se mostrou muito ágil e fácil de manobrar no trânsito, principalmente pelo torque em baixas rotações. Na estrada seu desempenho ficou dentro do esperado. Manteve-se facilmente nas velocidades permitidas em nossas rodovias, porém, nas ultrapassagens é necessária a utilização da caixa de câmbio. Ou seja, baixar uma marcha e girar o acelerador com vontade. Nada estranho para uma moto de sua capacidade cúbica. Com a versão Flex o ronco expelido pelo sistema de escapamento parece que ficou mais grave, imponente e, de certa forma, empolgante.

Concorrência

No atual segmento naked de baixa cilindrada, a única concorrente da CB 300R 2013 que oferece o sistema bicombustível é a Yamaha Fazer YS 250 Blueflex, que pode ser encontrada por R$ 11.690. O modelo, porém, não conta com o sistema de freios ABS, assim como as outras duas rivais da Honda: Kasinski Comet GT 250 (R$ 10.990) e Dafra Next 250 (R$ 10.890).

A nova CB 300R C-ABS Flex 2013 tem preço público sugerido de R$ 13.690 (base na cidade de São Paulo, sem frete ou seguro e com garantia de um ano, sem limite de quilometragem). Está disponível somente na cor vermelha. Já a versão Standard custa R$ 11.990 e pode ser encontrada nas cores preta, vermelha metálica e amarela.

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