Melhor lugar para apresentar à imprensa o novo modelo do Defender, importado do Reino Unido, não poderia ter sido escolhido pela Land Rover: o Jalapão (TO).
Um lugar com tantas belezas naturais e rusticidade que a falta de gente e a pobreza dos que moram ali também pode parecer natural.
A paisagem do Jalapão é incrível. Impressiona pela imensidão e abundância de atrativos: serras, chapadões, rios com águas transparentes e puras, cachoeiras de águas azuis, nascentes borbulhantes, praias desertas e dunas de areia que chegam a 40 metros de altura.
Por fora, o Defender mantém seu desenho basicamente intocado. Ou seja, ainda exibe as tradicionais linhas quadradonas e a carroceria feita de chapas retas de alumínio presas por rebites, com dobradiças aparentes nas portas e nas tampas.
Só o capô foi modificado, com a adição de um ressalto central, necessário para acomodar o novo propulsor 2.4 litros a diesel, que substitui o antigo propulsor 2.5 turbo-diesel, com cinco cilindros em linha, 120 cv de potência e 30,6 kgfm de torque.
O novo motor tem quatro cilindros em linha, 16 válvulas, turbo de geometria variável e injeção direta common-rail.
Produz 122 cv de potência aos 3.500 rpm e um generoso torque de 36,7 kgfm, 20% mais forte.
A força máxima é despejada aos 2.500 mil giros, mas 90% da energia fica disponível entre a faixa de 2.200 rpm até as 4.350 rotações.
Seu rendimento também se deve à nova transmissão manual de seis marchas. Mas o conforto segue limitado, embora o interior do veículo tenha passado por leve remodelação. O painel foi redesenhado e apresenta aspecto mais jovem, com os comandos concentrados no console central.
Considerável evolução no Defender foi na segurança. O novo modelo traz de série freios a discos ventilados com ABS nas quatro rodas e controle eletrônico de tração.
Com preços que variam entre R$ 139 mil e R$ 144 mil, o utilitário da Land Rover fica num nicho de SUVs mais sofisticados, todos com muito conforto, eletrônica embarcada e repletos de equipamentos de segurança. Só que o Defender não possui quase nenhum sistema eletrônico mais moderno. Nem mesmo airbags são oferecidos.
Mas sua principal atração é a conhecida desenvoltura fora-de-estrada, onde o destaque é a mecânica robusta. A montadora aposta na tradição. Pois se trata de um modelo com 60 anos de mercado e que é reconhecido como um clássico off-road. Afinal, o jipe britânico tem na terra seu ambiente natural e rejeita o asfalto.