Jorge Ribeiro, o preparador de motores

Neste dia 24, os saudosistas do tempo das carreteiras lembrarão com saudade de um nome que marcou época no Paraná e no Brasil no tocante ao preparo de carros de corrida: Jorge Ribeiro, nascido em 1906 em Campina Grande do Sul/PR e falecido naquela data, em 2006, com 100 anos e três meses de idade, em perfeita lucidez mental. Até os 92 anos de idade, Ribeiro trabalhou em sua oficina mecânica localizada no Alto da Rua XV, em Curitiba, repassando seus conhecimentos sobre automóveis a seu neto Robson, que dá continuidade às atividades do estabelecimento. Juntamente com os pilotos Euclides Bastos (Pereréca) e Germano Schlögl (Alemãozinho), Ribeiro alcançou a maior glória até hoje no tocante à classificação de uma carreteira paranaense na prova Mil Milhas Brasileiras, autódromo de Interlagos/SP, colocando-a em quarto lugar de acordo com o resultado oficial da competição, que foi contestado.

Numa das fotos que estampamos hoje, operada em São Paulo /SP às vésperas da I Mil Milhas Brasileiras – 24/25 de novembro/1956, aparecem ao lado da carreteira Ford 1940, número 86, propagandas do Bar do Chico e do Chimarrão Cysne, Jorge Ribeiro (E), Pereréca © e Germano, prontos para correr. Essa prova foi vencida pelos gaúchos Catarino Andreata e Breno Fornari com a carreteira Ford número 2 depois de perfazerem, em 16 horas, 16 minutos e 2 segundos, 201 voltas ao longo dos 8 quilometros do circuito que incluía a maior de suas retas em descida, na qual os carros quase se desintegravam em giros do motor e velocidade. Em segundo lugar ficaram os paulistas Eugênio Martins e Christian Heins com Fusca número 18 de motor Porsche. Apenas a 9 voltas do vencedor, as duas carreteiras seguintes, de Pereréca/Germano e de Aristides Bertuol/Waldir Rabeschini (RGS), terminaram com o mesmo número de voltas, daí a polêmica sobre a classificação de ambas. Ribeiro preparou os motores de muitos carros de corrida das categorias Turismo e Força Livre na década de 1950, entre os quais o V8 de Thunderbird da carreteira número 72 do piloto Osmar Coutinho, de MG, de Austin esporte e de Volvo. Ele dizia que o bom funcionamento e a durabilidade de um motor de competição depende muito do perfeito balanceamento das suas peças móveis.

Na outra foto desta edição aparece o preparador, em sua oficina, apoiado na caixa do radiador da carreteira de Coutinho, em construção.

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