Ford e Burros para transportar madeira bruta

Na edição anterior nos reportamos à questão das fases por que passou o desenvolvimento econômico e financeiro do Paraná, calcado neste ou naquele produto, natural ou cultivado, abordando especificamente o setor de transporte desde a origem até as fontes de consumo deste mesmo produto.

Citamos na oportunidade que a exploração das reservas florestais naturais foi uma das mais importantes daquelas fases, dando origem à fenômenos tais como o surgimento de cidades nos locais onde estavam instaladas as serrarias, como é o caso de Zatarlândia. E na questão do transporte de toras retiradas do mato, da madeira beneficiada e dos demais produtos derivados, eram utilizados desde o trabalho braçal e sofrido do próprio homem, o esforço de animais – cavalos, burros, mulas, bois, até veículos motorizados, os caminhões.

Pois bem, entre as várias marcas de caminhões oferecidos aos madeireiros , nas décadas de 1940/50, a Ford era uma das preferidas tanto para cargas pesadas quanto mais leves, pela fama que tinha de ser robusta e mais potente. Na época, caminhoneiro de verdade tinha que possuir um Ford.

Com vistas ao transporte de lenha destinada tanto ao consumo residencial quanto industrial, por exemplo, o caminhão preferido era o Ford F-6, intermediário entre o Ford F-8 – o Rei da Estrada – e o Ford F-5, já meio fraco. Já quem não possuía muitos recursos financeiros, fazia
o transporte da madeira bruta na base da carroça mesmo.

Num dos flagrantes de hoje, retirados do baú da saudade do antigomobilista João Olívio Evert, mostramos um orgulhoso motorista na boléia do seu Ford F-6 1949/50 carregado de lenha destinada a movimentar fornos de indústrias e seus dois ajudantes, todos com o indispensável chapéu.

No outro, aparece o madeireiro João Sguário com rédeas e chicote nas mãos, comandando carroção tracionado por tropa de seis burros e carregado com uma vasta de uma tora.

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