…e o “Repolho” Rolou no Barranco!

Luiz Augusto Piá de Andrade era conhecido entre os amigos, na sua juventude, pelo apelido de “Repolho”.

E foi aí que um dia, na sua curta carreira de piloto de carros de corrida, “Repolho” rolou com seu automóvel barranco abaixo, justamente numa das provas de estrada mais longas e famosas do país, por ocasião da inauguração da rodovia asfaltada entre Curitiba e Londrina/PR – Rodovia do Café – num percurso de 802 quilômetros, ida e volta, nos idos do dia 18 de dezembro de 1966. Essa corrida reuniu 32 carros dos pilotos mais famosos do Brasil na época e a imprensa divulgava que, somente os motores das carreteiras do Paraná presentes somavam cerca de 1.800 cavalos! O prêmio em dinheiro destinado ao primeiro colocado, pasmem os leitores, foi de Cr$ 5.000.000,00, uma nota!

Mas, vamos ver quem é Luiz Augusto Piá de Andrade: odontólogo, membro de tradicional família curitibana, nasceu na capital paranaense, filho de Catulo Piá de Andrade e Carolina Teixeira de Freitas Piá de Andrade e desde pequeno era levado, por seu irmão Ney Itiberê Piá de Andrade e pelo também ex-piloto de competição Carlos Eduardo Andrade (Dado Andrade), às corridas de motocicletas que eram realizadas numa pista improvisada próxima ao Tanque do Bacacheri, no bairro deste mesmo nome, em Curitiba.

Assim, já aos 10 anos de idade, na década de 1950, começou a gostar de corridas, lembrando hoje de motociclistas “cobras” da época como Aroldo Pacheco e Osvaldinho.

“Lembro de uma corrida de carreteiras que aconteceu na Avenida João Gualberto nos anos 50 e de pilotos que dela participaram como Paulo Buso, Haroldo Vaz Lobo, José Curi. Passei a frequentar a pista de corridas de São José dos Pinhais/PR, no circuito misto de asfalto e terra que era conhecido pelos pilotos de carreteiras como o “Chiqueirinho.”

Já na década de 1960, Luiz Augusto, amadurecendo a sua vontade de participar de corridas, começou a praticar kartismo no Kartódromo de São José dos Pinhais, apenas por esporte.

Na sequência, nesta modalidade, disputou a prova 1 Hora de Irati/PR, em parceria com o falecido piloto paranaense Plácido Iglésias. A concretização do seu sonho de ser piloto de carro de corrida veio em 1966, quando participou da primeira prova do Campeonato de Estreantes, em Curitiba.

“Nessa prova – diz ele – peguei o primeiro carro que tive na vida, um Renault Gordini modelo 1093 de passeio, motor de 850cc, coloquei na porta o número 48 e o preparo do mesmo foi simplesmente o rebaixamento da suspensão. Corri com motor original no circuito que incluía a Avenida Cândido de Abreu, Rua Fontana, Avenida João Gualberto e Praça Dezenove de Dezembro, ao lado de pilotos como Vitório Colle e Carlos Emílio Bettega, que usavam carros DKW. O motor não agüentou”.

Com esse mesmo carro disputou mais duas provas do campeonato, uma na Rodovia BR-116, em Curitiba, quando quebrou o cubo de uma das rodas e outra no Jardim Shangrilá, em Londrina/PR, terminando a temporada em terceiro lugar. Na foto, a largada da “Estreantes” na avenida Cândido de Abreu. A história continua. Não perca!

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