As férias chegaram e com elas, a hora de viajar

Dezembro é o mês das férias e a maioria das pessoas preocupa-se em reservar bons hotéis, escolher praias bonitas, preparar roupas transadas e cair na estrada o mais rápido possível.

Mas, atenção! Todo o planejamento e economias podem não adiantar se você esquecer de verificar o estado geral do seu carro. Desde uma lâmpada, até o nível de óleo no motor, tudo deve ser checado para evitar que a viagem e as férias fiquem comprometidas.

Além do sol intenso, o verão também traz chuvas, que exigem maiores cuidados durante a condução do carro. Por isso é importante dar atenção ao estado das palhetas dos limpadores de pára-brisa, que devem ser trocadas a cada doze meses.

Emy Yanagizawa, gerente de Marketing do Grupo Valeo, maior produtor mundial de palhetas para limpadores de pára-brisa, recomenda uma avaliação do estado das palhetas antes da viagem com as seguintes orientações: Verificar se elas deixam riscos, se formam névoa, trepidam ou fazem ruído e se limpam apenas parcialmente. Observar se a borracha está quebradiça, a lâmina torta ou rachada e se há folga no conjunto haste do limpador/palheta. A borracha é susceptível aos efeitos do sol, aos raios ultra violeta e a produtos químicos adicionados à água do reservatório do sistema.

Com o passar do tempo, elas ressecam e racham, perdendo a eficiência. Além disso, podem arranhar o vidro a ponto de impedir a eliminação dos riscos, obrigando a troca do pára-brisa. Devem ser limpas apenas com um pano úmido.

O vidro dever ser limpo com uma solução com 50% de água e 50% de álcool. É preciso manter o reservatório com volume suficiente de água misturada a produtos específicos. Acionar o limpador de pára-brisa sem essa mistura, além de danificar as palhetas pode riscar o pára-brisa.

Outro equipamento que a maioria das pessoas só descobre a sua existência quando precisa usá-lo é o desembaçador do vidro traseiro. É um conjunto de filetes aplicados ao vidro, que ao receber uma tensão, se aquece promovendo a evaporação da área embaçada.

Rubens Sautner, gerente de Marketing da Saint-Gobain Sekurit, fornecedora de vidros para a indústria automobilística, aconselha cuidado no manuseio desse equipamento. “Evite a limpeza com produtos químicos e objetos pontiagudos, pois podem danificar o filete, impedindo o funcionamento na região”, diz Sautner, que também desaconselha o uso de películas sobre o desembaçador. Este equipamento deve ser usado sempre que o vidro traseiro estiver embaçado prejudicando a visão. Seu desligamento normalmente é automático, mas é recomendável mantê-lo no mínimo 10 minutos em funcionamento.

Outro reservatório que deve ser mantido sempre com água e aditivo é o do sistema de refrigeração. Como é um circuito fechado, uma vez completado o nível indicado, deve permanecer do mesmo jeito por um longo período. Caso isso não ocorra, é sinal de que há vazamento. Fique atento, tente detectá-lo pois é possível que seja uma mangueira ressecada com um pequeno furo, e com o risco de comprometer sua viagem. Caso isso ocorra, todo o líquido de arrefecimento sairá do sistema e o motor irá superaquecer, podendo ser danificado seriamente.

Também o nível de óleo deve ser conferido e providenciada as trocas, de acordo com a quilometragem recomendada pelo fabricante. Normalmente deve ser feita a cada 5 mil quilômetros, porém, existem óleos sintéticos que oferecem maior quilometragem. Além da quilometragem, é necessário respeitar o grau de viscosidade indicado no manual do proprietário.

Os pneus devem ser calibrados de acordo com a carga que o carro irá transportar. Consulte o manual do proprietário ou na porta do motorista, e coloque a calibragem correta. A falta ou excesso de pressão podem causar danos aos pneus, e acelerar seu desgaste.

O sistema de freios é um dos principais itens de segurança e deve ser checado. As pastilhas, lonas e discos devem ser trocados a cada 10 mil quilômetros, assim como o fluido. Algumas dicas podem prolongar a vida útil do sistema: evite frear bruscamente, utilize o freio motor com a redução de marchas, deixando o freio para a imobilização final.

Outros itens que devem ser verificados são o alinhamento de direção e o balanceamento das rodas. A recomendação é para que seja feito o alinhamento em intervalos de 10 mil quilômetros e o balanceamento a cada 5 mil quilômetros. Porém, com os buracos que se tornaram comuns nas ruas e estradas do país, verifique se o volante não está vibrando além do normal, ou se está puxando para um dos lados. Em caso afirmativo, alinhe a direção e balanceie as rodas para não ter problemas de dirigibilidade. Se a direção for hidráulica, verifique o nível do fluído e, se for o caso, complete-o ou faça a substituição total.

Por último, verifique se a suspensão e a embreagem estão em ordem. Sinta a dureza dos amortecedores, o tempo que demoram para voltar à posição original, uma vez pressionados para baixo. Verifique se o pedal de embreagem apresenta a flexibilidade normal.

Todo o sistema elétrico deve ser checado. É sempre bom levar alguns fusíveis para o caso de queima no meio do caminho. Todas as luzes devem estar funcionando. O uso do pisca-alerta só é permitido em caso de acidente e com o veículo parado. Assim como a luz de neblina só deve ser acionada em caso de necessidade.

Não adianta ter os faróis funcionando se não estiverem regulados. Os fachos de luz devem estar na direção correta. A falta de regulagem faz com que cada farol aponte para um lugar diferente. É preciso que eles iluminem o campo correto, sem atrapalhar a visão dos outros motoristas e permitir maior visibilidade. Buracos, valetas, lombadas e o uso diário são suficientes para desregular os faróis. Para verificar se eles estão regulados, pare o carro em um lugar plano, de frente para a parede, a uns cinco metros de distância. Ligue o farol baixo e observe a luz na parede: se os feixes tiverem alturas diferentes, será preciso regulá-los.

Passageiros

Alguns passageiros merecem atenção especial na viagem. É o caso de bebês, crianças e gestantes. Os bebês devem viajar sempre no banco de trás e acomodados em uma gôndola. Esta gôndola deve ser posicionada de frente para o encosto do banco traseiro e ser fixada pelo cinto de segurança. Não se esqueça de proteger a cabeça do bebê com um apoio, toalha ou algo que preencha o espaço entre ela e as laterais da gôndola.

Se a criança tem mais de 9 meses e menos de 18 quilos, pode usar cadeirinhas que são fixadas no banco traseiro, mas de frente para o motorista. Existem cadeiras com cinco pontos de fixação. Acima de 18 quilos, é possível colocar a criança em um equipamento em forma de “L”, que permite o uso do cinto de segurança dos adultos.

Por último, as gestantes. Elas podem usar cintos de segurança, desde que tomem alguns cuidados. A faixa diagonal do cinto deve passar entre os seios e apoiar-se no meio da clavícula. A faixa abdominal do cinto envolve os ossos dos quadris, e nunca a barriga. É bom lembrar que as gestantes podem enjoar ou ter vertigens durante a viagem. Por isso, é recomendável que a viagem seja tranqüila e cuidadosa, principalmente em estradas sinuosas.

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