Adir Moss, uma História Viva (II)

Com o equipamento Edelbrock na mão, trazido dos Estados Unidos por Adir Moss, o mecânico e piloto de São José dos Pinhais/PR Germano Schlögl lançou-se à tarefa de preparar sua carreteira com vistas à participação nas Mil Milhas Brasileiras.

Ressalte-se que a participação nesta prova, famosa desde a sua primeira edição em 1956, traduzia o sonho de todo piloto de carreteira do país, incluindo novatos como Adir Moss. “Não era para eu correr – lembra Adir – e sim Eugênio Cruz, que faria dupla com Germano. No entanto, quis o destino que Eugênio não se adaptasse à pista de Interlagos e assim Germano me convidou, o que não recusei.”

E lá foram Germano – piloto experiente – e Adir rumo à V Mil Milhas Brasileiras, disputadas no Autódromo de Interlagos/SP nos dias 26 e 27 de novembro de 1960, reunindo os mais famosos pilotos de carreteira do Brasil, tais como Catarino Andreata e Breno Fornari – Ford, Mario Cesar de Camargo Filho e Ciro Caires – DKW, Eugênio Martins e Bird Clemente – DKW, Orlando Menegaz e Ítalo Bertão – Chevrolet, Francisco Landi e Christian Heinz – Alfa Romeo, José Azmuz e Aristides Bertuol – Ford, Emílio Zambello e Rugério Peruzzo – Fiat, Rafael De Ferran e Giorgio Quadrelli – Riley, Julio Andreata e Haroldo Vaz Lobo (Curitiba) – Ford, Karl e Henrique Iwers – DKW, Camilo Christófaro e Celso Lara Barbéris – Chevrolet, Euclides Bastos (Pereréca) e José Arnaldo Grocoski (Curitiba) – Ford, num total de 44 carros.

A carreteira de Germano e Adir estava tinindo e a largada da prova foi à meia-noite, tipo Le Mans/França, como sempre acontecia nos bons tempos: carros de um lado da pista e pilotos do outro.

Os pilotos disputavam uma pequena corrida a pé, para ver quem chegava antes no carro e saía. Quem largou na carreteira número 52 do Paraná foi Germano. “Largamos bem, em oitavo lugar – diz Adir – e lá pelas oito horas da manhã Germano me entregou a carreteira para pilotá-la por umas duas horas. No entanto, nessa altura da corrida a pista estava mais lisa, o que fez com eu rodasse numa curva e batesse num barranco, danificando o radiador e o sistema de refrigeração do motor.”

A corrida para Germano e Adir praticamente terminou aí. Mas, de volta a Curitiba, Adir, influenciado pelo engenheiro e preparador de carros de competição Alberto Manoel Glaser, resolveu construir a sua própria carreteira, adquirindo um automóvel Ford 1938.

Enquanto fazia isso, participava das corridas locais com um Ford 1948 cupê, sobretudo no circuito de São José dos Pinhais, que era conhecido pelos pilotos como “Chiqueirinho”.

Ali, muita gente corria com camionetas Ford F-100 modelo pick-up, que pareciam ser boas nas curvas. Foi isso que fez com que Adir optasse pelo chassi de uma camioneta desse modelo.

“Foi o nosso maior erro – ressalta ele – pois, verificamos tardiamente que esse chassi não dava estabilidade à carreteira.” Na próxima edição vamos ver como ficou a carreteira de Adir, que levou o número 19 e a sua estreia nas Mil Milhas. No flagrante, o piloto e seu Ford 1948 numa prova em São José dos Pinhais, na década de 1960. Não perca!

Voltar ao topo