Aumento da Selic é nocivo e injustificável, diz presidente da Fiesp

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou hoje que é "nocivo para o País e
totalmente injustificável" o aumento da taxa de juros determinado semana passada
pelo Copom. De acordo com Skaf, que participou de encontro de produtores de café
no Hotel Blue Tree, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "o aumento da
taxa Selic alavanca o custo para cima e alavanca os gastos públicos porque um
dos gastos principais do governo é o pagamento de juros e esta última decisão
que foi tão fácil, após contrariar toda a sociedade, custa ao País R$ 2 bilhões
ao ano e quase R$ 200 milhões ao mês".

Segundo ele, a decisão do Copom
desestimula o investimento e o consumo. Depois de ouvir o presidente Lula
justificar que o aumento dos juros de 0,25 ponto porcentual não atrapalhou o
crescimento e a concessão de créditos consignados, o presidente da Fiesp
ressaltou que este tipo de crédito criado pelo governo recentemente é uma nova
modalidade e representa apenas R$ 10 bilhões, que correspondem 0,6% do PIB
brasileiro.

De acordo com Skaf, não é porque é uma linha de crédito
nova, que é positiva, que se justifica um cheque especial a 7 a 8 por cento ao
mês quando a meta inflacionária é de 5,1% ao ano. Em relação à sugestão do
presidente Lula de que o brasileiro deve trocar de banco em busca de juros
menores, Paulo Skaf avisou que isso não funciona. "E convido a vocês a trocarem
de banco para ver o que acontece. Na prática, esta concorrência não existe desta
forma, porque falta crédito", afirmou.

Segundo ele, quem paga juros
altos é porque é obrigado pois nenhuma pessoa física ou jurídica tem prazer de
pagar juros altos. Paulo Skaf voltou a defender a ampliação do Conselho
Monetário Nacional (CMN) de três para nove integrantes (cinco do setor público e
quatro do setor privado). Para ele, esta é a única forma de haver uma mudança na
política econômica. Disse também que é favorável à redução da Taxa de Juros de
Longo Prazo (TJLP). Para ele, a taxa Selic é uma sangria para o governo.

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