Auditores da Receita Federal ameaçam fazer paralisação de 72 horas

São Paulo (AE) – Auditores da Receita Federal de todo o País ameaçam ampliar para 72 horas o período de paralisação de alerta em protesto contra a Medida Provisória 258 que cria a Receita Federal do Brasil, conhecida como Super Receita. Em São Paulo, conforme informou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) da cidade, o resultado parcial das assembléias de trabalhadores mostra que 97% da categoria apóia a rejeição da MP e a realização de mais uma greve, a terceira do mês, no início da próxima semana.

A Super Receita unifica as receitas Previdenciária e Federal na mesma estrutura arrecadatória. Em setembro, os auditores fiscais do País promoveram duas paralisações de 48 horas para protestar contra a unificação. A primeira foi realizada nos dias 8 e 9 e a segunda foi feita na semana passada na terça (13) e na quarta-feira (14).

Na tarde desta sexta-feira, na capital paulista, a categoria realizou sua quinta assembléia, mas até o começo da noite ainda não havia um posicionamento final sobre o assunto.

De acordo com a presidente do Unafisco da Delegacia Sindical de São Paulo, Carmem Cecília Bressane, a paralisação dos 1.640 profissionais da capital paulista estava praticamente certa. "Dificilmente, São Paulo reverterá esta decisão e o indicativo parcial no restante do Brasil também está caminhando neste sentido", informou.

Os auditores alegam que a MP 258 traz conseqüências negativas para a sociedade. Entre elas estariam o suposto aumento da carga tributária; o ingresso de servidores em carreira de Estado sem concurso público; a ascensão de servidores de nível médio a nível superior; e a insegurança jurídica gerada pelo questionamento da competência legal do novo servidor.

Carmem Cecília disse ainda que está previsto, para o dia 3 de outubro, na capital paulista, um ato público contrário a MP. Segundo ela, além da Unafisco, entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) devem participar da manifestação. "Não é uma questão corporativista, são fatores que prejudicarão a sociedade, principalmente, na questão previdenciária", comentou.

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