Assessor multiplicou patrimônio nos últimos anos, diz CPI

Destinatário de pelo menos um pacote de dinheiro remetido pelo grupo de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Ademirson Ariovaldo da Silva, de 50 anos, assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, multiplicou o patrimônio nos últimos anos.

De acordo com técnicos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, nos dois primeiros anos do governo do PT, Silva saiu de um total de bens de R$ 93.704,92 em fins de 2002 para R$ 306.224,17, em dezembro de 2004.

O caseiro da mansão usada por ex-assessores de Palocci em Brasília, Francenildo Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", afirmou que testemunhou a entrega de um pacote de notas para o assessor dele. O dinheiro, segundo "Nildo", foi repassado a Silva, na portaria do Ministério da Fazenda, pelo motorista que servia a turma de Ribeirão, Francisco das Chagas.

Hoje, o jornal "Correio Braziliense" publicou um reportagem com dados da análise que a CPI fez das declarações de renda do assessor de Palocci. Segundo a comissão, a análise preliminar das declarações de Imposto de Renda (IR) de Silva indica que ele entregou à Receita Federal prestações de contas que mostram uma rápida evolução patrimonial, principalmente nos dois primeiros anos de gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O total de propriedades declaradas, que era de R$ 57 mil em 2000, por exemplo, aumentou cinco vezes em quatro anos. Entre os bens atuais, estão uma casa de 210 metros quadrados com piscina, em Ribeirão Preto, e dois carros. Em 2004, o assessor do ministro da Fazenda vendou o Corsa que tinha e comprou um Astra Sedan e um Peugeot 206.

Em 1999, Silva é a mulher dele possuíam dois terrenos com valor declarado de R$ 6.400,00, dois carros (um Palio 1997 e um Escort 1992) e R$ 32 mil aplicados. Não tinham residência própria.

Nas declarações do assessor, a mulher, que não trabalha, e os dois filhos, são dependentes dele e não têm rendimentos. No ministério, a função de Silva é atender a telefonemas, cuidar da agenda de Palocci e marcar as viagens oficiais.

Agora, a CPI avalia que basta o acesso às faturas de cartão de crédito da família para comprovar um padrão de vida supostamente incompatível com os rendimentos. A CPI dispõe dos sigilo bancários do assessor. Procurado pela reportagem, Silva, que está de licença médica, informou via assessoria do ministério que não se pronunciaria.

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