Argentinos presos com dólares falsos são soltos em Florianópolis

Os argentinos presos em flagrante no dia 9 em Florianópolis, sob acusação de tentar fazer compras com dinheiro falso, foram absolvidos e soltos no início da noite desta segunda-feira pela Justiça Federal de Santa Catarina.

Andres Nicolas Cano, 21, e Tomás Ciarro Ciarocchi, 22, foram detidos depois que a caixa de um supermercado da praia de Canasvieiras suspeitou que a nota de US$ 100 (R$ 280), que eles usariam para pagar uma conta de R$ 6, era falsa.

A decisão do juiz federal Celso Wiggers levou em consideração os argumentos da defesa e o parecer do Ministério Público Federal, que entenderam que não houve dolo (intenção) na atitude dos argentinos.

Segundo o pai de Andres Cano, o professor de educação física Frederico Cano, os rapazes deverão voltar para Buenos Aires nos próximos dias. “Estamos muito contentes. A Justiça entendeu que eles eram inocentes, e eles foram absolvidos.”

Cano informou que os dólares trazidos pelos dois jovens “foram comprados aos poucos, em diferentes lugares”. Afirmou ainda que eles eram de boa índole e nunca tiveram nenhum problema com a Justiça em seu país.

Essa era a terceira vez que Andres Cano viajava ao Brasil com o amigo Tomás Ciarocchi. Eles chegaram a Florianópolis no dia 4.

Decisão

Na última sexta-feira, o Tribunal Regional Federal de Porto Alegre havia negado o pedido de liberdade provisória dos rapazes alegando que, se fossem soltos, poderiam retornar à Argentina, “frustrando irremediavelmente à instrução criminal”.

“Foi positivo o fato de o juiz ouvir os rapazes. Se eles tivessem a intenção de derramar notas falsas no Brasil, não teriam apenas uma nota de US$ 100”, disse o advogado dos jovens, Ivo Pimentel Carioni.

O caso ganhou destaque na Argentina, onde passar moeda falsa não é crime federal, segundo o cônsul do país em Florianópolis, Valdo Palmai.

“Na Argentina, esse é um delito leve. A nota é apenas confiscada e, se houver dolo, é aplicada uma multa proporcional ao valor da moeda recolhida”, afirmou o cônsul. No Brasil, a pena para esse tipo de crime varia de três a 12 anos de prisão.

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